Sumário
A frase “Conhece-te a ti mesmo” vem viajando por diferentes períodos da nossa história, e acredita-se que foi dita pela primeira vez como um pensamento compartilhado de maneira breve, pelo sábio filósofo Sócrates.
Desde então, essa reflexão também foi mencionada por outras figuras gregas e ganhou uma importância tão grande, que foi encontrada na cidade de Delfos, acima da porta do templo do deus Apolo, por volta do século IV a.C.
Segundo a história, o deus Apolo tornou essa frase uma mensagem à humanidade, dizendo que o ser humano precisa buscar o conhecimento de si mesmo para que possa conhecer a verdade sobre o mundo.
No decorrer dos anos, esse termo foi usado por diversas pessoas e isso resultou em algumas variações da reflexão, como a própria tradução para o latim (nosce te ipsum, temet nosce).
Estes autores, no entanto, perceberam o quão importante é conhecer-se verdadeiramente para entender com mais profundidade nossos desejos, emoções, comportamentos e motivações.
A maioria das pessoas não têm uma ideia clara de quem são. Pois para vivermos em sociedade, criamos personagens e acabamos nos distanciando de nossa essência, sem questionarmos quais são os nossos limites e vontades.
Os seus limites podem ser físicos, financeiros, emocionais, entre outros. Cabe a você reconhecê-los.
Reflexões socráticas
Há centenas de anos atrás, Sócrates defendia a ideia de que o Autoconhecimento era uma importante base para acessarmos todos os outros conhecimentos que existem sobre o mundo em que vivemos.
Seria o Autoconhecimento o principal desafio da humanidade?
Um amigo de Sócrates, chamado Querofonte, trouxe um relato de que, ao visitar o oráculo de Delfos, resolveu perguntar a uma pitonisa (sacerdotisa que recebia as mensagens dos deuses e as passava para os mortais), se existia alguém no mundo que fosse mais sábio que Sócrates.
A resposta foi que não existia ninguém mais sábio que Sócrates, porém, o próprio Sócrates não concordou com essa afirmação e passou a contestar o oráculo.
Em sua humilde visão, ele não era o detentor de qualquer conhecimento, e nesse momento foi quando proferiu uma das frases mais famosas de sua história:
“Só sei que nada sei”.
Sócrates
Ele resolveu então, procurar todos os sábios da época para questionar o conhecimento que eles tinham, e ao fazer perguntas sobre assuntos morais e relacionados a virtude, coragem, justiça, entre outros, se surpreendeu quando se deu conta de que essas figuras gregas não tinham uma visão completa e verdadeira sobre a realidade, e foram capazes apenas, de exemplificar pessoas que eram virtuosas, corajosas ou justas.
O Autoconhecimento, também, é sobre ter consciência de sua própria ignorância.
Chegou à conclusão, então, de que essas pessoas tinham visões distorcidas sobre o conhecimento, com argumentos cheios de preconceitos e, até mesmo, falsas certezas. Depois dessas experiências, ele entendeu que a mensagem dos deuses sobre sua sabedoria era correta, pois ele se conhecia e compreendia sua própria ignorância.
Bases do método socrático
Sócrates foi o maior responsável por despertar a curiosidade nas pessoas em se conhecerem melhor, e além do Autoconhecimento sobre as emoções, pensamentos e comportamentos, ressaltou a importância em reconhecermos a nossa própria ignorância.
Quando uma pessoa inicia a jornada de Autoconhecimento, e procura abandonar os preconceitos para questionar o que lhe foi ensinado, poderá obter respostas que mudarão a percepção que se tem sobretudo ao nosso redor. Essa filosofia nasce a partir da reflexão interna, naquele momento em que podemos olhar para o que existe dentro de nós mesmos.
Ao se questionar sobre o que estou fazendo, porque estou fazendo ou se essa é a vida que quero, a consciência se torna uma importante chave para todas as transformações.
Leia também em nossa revista o artigo sobre “O que é Autoconhecimento? Platão – O Mito da Caverna“.
Confira o vídeo no canal “Filosofando” sobre quem foi Sócrates e um pouco sobre sua trajetória.
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