Sumário
Agora que já falamos sobre Sócrates, que foi um importante nome para despertar a curiosidade sobre o autoconhecimento, no artigo de hoje, iremos falar um pouco mais sobre as referências que surgiram a partir da frase:
Sócrates
Por mais que seja uma frase dita pela primeira vez há centenas de anos, este ainda poderia ser considerado um dos mais importantes desafios para a humanidade, independente de origens ou classes sociais. Nas mais diversas crenças e religiões, há um grande consenso de que o Autoconhecimento é a base da nossa evolução e uma grande dificuldade para qualquer ser humano.
Uma frase que viaja por tempos diferentes
Importantes citações surgiram a partir dessa reflexão, e podemos citar alguns dos principais exemplos como: Templo de Apolo, Mito da Caverna de Platão, Jesus, Freud, gurus de diversas partes do mundo e até no cinema, como no filme Matrix. Dentre os exemplos mencionados, vamos fazer uma breve reflexão sobre o Mito da Caverna.
O Mito da Caverna
O Mito da Caverna, também conhecido por Alegoria da Caverna, foi uma metáfora criada por Platão, e pode ser encontrada no livro A República. Esse livro foi construído como um diálogo, e o trecho que aborda essa reflexão é uma conversa entre Sócrates e Glauco.
Ao construir um exercício de imaginação com o personagem Glauco, Sócrates pede para que o rapaz imagine uma situação que acontece dentro de uma caverna. No interior dessa caverna, podemos imaginar prisioneiros vivendo naquele local desde o seu nascimento, geração após geração. Os “prisioneiros” nunca tiveram contato com o mundo externo.
Acorrentados à parede e sem poder se mexer, a única coisa que essas pessoas podiam ver era uma das paredes da caverna logo à frente. Nessa parede, a visão que eles tinham era das sombras projetadas por uma fogueira logo atrás.
Como o mundo dessas pessoas resumia-se a essa experiência e vivência, elas acreditavam que toda a realidade era constituída por aquelas sombras e que não havia mais nada além disso no mundo.
Certo dia, um prisioneiro encontra uma forma de se libertar e começa a explorar a sua atual realidade, e descobre que as sombras que ele viu a vida inteira, eram na verdade, controladas por outras pessoas que estavam se movimentando atrás da fogueira. O homem livre resolve, então, sair da caverna.
No começo, a luz machuca seus olhos, que nunca haviam visto a claridade da luz do dia e, depois de um tempo, ele começa a se adaptar e enxergar uma realidade completamente diferente do que estava acostumado.
Ao ver que o mundo era muito mais do que as sombras projetadas em sua prisão, ele percebe que existe uma realidade muito mais ampla e complexa do que ele conhecia.
O ex-prisioneiro pensa então em retornar à caverna para contar a verdade aos seus companheiros, com o objetivo de libertá-los da prisão. No diálogo, Sócrates pede para que Glauco imagine o que iria acontecer com o homem livre quando voltasse à caverna, e sua resposta foi que os seus companheiros de aprisionamento, estavam tão acostumados e imersos naquela realidade, que não iriam acreditar no testemunho do colega.
Possivelmente, eles poderiam até mesmo matar o homem livre, acusando-o de ter ficado louco.
Reflexões Platônicas
Essa metáfora mostra como a busca pelo conhecimento é extremamente importante para sairmos de nossa zona de conforto e questionarmos o que nós aprendemos por meio de nossas vivências.
O senso comum e os preconceitos da sociedade são representados pelas correntes que estão aprisionando as pessoas por gerações diferentes e impedindo-as de buscar saber a verdade sobre o mundo em que vivem. O ato do prisioneiro libertar-se, demonstra a missão de quem rompe os preconceitos e procura o conhecimento.
As sombras podem ser uma representação das falsas aparências, e a luz que machuca a vista do homem livre nos primeiros instantes da descoberta, é o conhecimento que pode ser ofuscante para quem não estiver habituado. O Sol pode ser encarado como a verdade, é algo que está iluminando tudo o que existe, dando origem ao conhecimento.
E por último, podemos pensar no papel do Autoconhecimento, onde quem aprende a se conhecer é aquele que consegue se libertar das correntes de sua realidade e, por compaixão, resolve tentar libertar os outros.
Quando permitimos abandonar os preconceitos e questionar o que nos foi ensinado, podemos obter respostas que irão mudar nossa percepção sobre nós mesmos e o que está ao nosso redor.
Leia o artigo sobre “O que é Autoconhecimento? Sócrates – Conhece – te a ti mesmo“.
Veja abaixo o vídeo no Youtube do Maurício Marsola que explica sobre o livro “A República de Platão” :
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