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A modelo e bacharel em relações-públicas, Bárbara Heck foi uma das participantes da edição 2022 do reality show Big Brother Brasil. Ao ser eliminada do programa, em uma entrevista com a ex-participante e atual repórter, Ana Clara, a jogadora revelou duas experiências diferentes que vivenciou antes de participar do confinamento televisivo.
Bárbara contou sua experiência com o kambô, o ritual de purificação que usa o veneno do sapo; e sobre um retiro de 21 dias de jejum.
Confira o trecho da entrevista a seguir:
Depois da veiculação e divulgação desta entrevista, o tipo de retiro citado pela participante teve enorme procura nos buscadores. E claro, como esse é um assunto do nosso universo, resolvemos te contar direitinho o que são esses 21 dias de jejum, e como funciona um retiro como esse.
Como é um Retiro de Jejum
Como vocês sabem, existem centenas de tipos diferentes de retiros. Cada um dá ênfase a uma prática, ou é voltado para um tipo de público específico, ou combina diferentes experiências, etc. Dificilmente um retiro vai ser absolutamente igual ao outro. São experiências únicas e transformadoras a seu modo.
Nesse caso da Bárbara, o tipo de retiro que ela foi é conhecido também como retiro prânico, ou retiro de jejum.
Ele usa o jejum como ferramenta de autoconhecimento, como processo purificador e transformador do corpo – mente – espírito, e como meio de reconexão à energia vital – o prana – do interior de cada um.
O jejum nesse caso não é apenas de comida, mas também de líquidos e de comunicação, onde o silêncio e a quietude são elementos cotidianos para promover a introspecção. Ou seja, são retiros sem conversa fora dos momentos de partilha, ou aparelhos eletrônicos.
Além do jejum, o retiro pode reunir prática de yoga, pranayamas e meditação, leituras de temática espiritual, orações, os já citados momentos de partilha, e diversas outras experiências que o organizador queira incluir na programação.
Créditos: Duskbabe | Fonte: Envato Elements
Qual o Conceito Dos 21 Dias de Jejum?
Em primeiro lugar, temos que dizer que muitas pessoas fazem conexão do jejum intermitente com algo relativo a dietas e emagrecimento, e se esquecem que jejuar é também uma prática reconhecida em diversas tradições espirituais, principalmente em rituais de purificação de nossos corpos (físico, emocional e mental).
A primeira função do jejum aqui é de limpar e desintoxicar o corpo das substâncias e toxinas ingeridas junto com nossos alimentos, medicamentos, cosméticos, etc.
Porém, muitos desses retiros com programações de jejum se baseiam no conceito da inédia, que é a suposta possibilidade de se viver sem alimentos, nutrindo-se somente do prana, a força vital do hinduísmo, ou como alguns falam, “se alimentando de luz”.
Esse movimento também conhecido por respiratorianismo foi popularizado pela escritora australiana Ellen Greve, mais conhecida como Jasmuheen, e seu livro “Viver de luz: A Fonte de Alimento Para o Novo Milênio” – encontre cópias novas e usadas para venda aqui.
Atenção: Antes de continuarmos, é importante deixar claro que cientificamente esta prática é considerada uma pseudociência letal, onde quem segue esse tipo de dieta pode acabar morrendo de inanição ou desidratação. É importante consultar um profissional da nutrição antes de contemplar a possibilidade de experimentar qualquer tipo de experiência deste tipo.
O método divide-se em três ciclos, cada um de 7 dias, onde a cada semana a pessoa vai sendo privada de diferentes formas de nutrição, até restar somente o prana como fonte de energia.
Na primeira semana não se pode beber líquido algum, nem ingerir alimentos sólidos. Na segunda, retornam o suco de frutas feito em água, sem açúcar, mas com 25% de concentração da fruta apenas, e na terceira o nível de concentração sobe para 40%.
A partir dai, não há mais ingestão de nenhum tipo de alimento sólido.
Mas é Possível Viver de Luz?
Há muita polêmica e controvérsia nesse assunto.
Existem figuras como o iogue e eremita indiano Prahlad Jani, falecido em 2020, que afirmava não comer nem beber desde 1937, quando tinha 11 anos de idade. Ou seja, ele teria vivido 80 anos sem se alimentar de nenhuma forma além da luz solar e a respiração.
Nos últimos anos, Jani foi testado por diferentes equipes médicas, que constatavam que de fato ele não ingeria alimentos ou líquidos, ao menos não nos períodos de teste, mas há também casos de outros testes que não tiveram seus resultados revelados.
Jani é apenas um dos casos famosos que afirmam ser possível viver de luz, desafiando a ciência. Até mesmo no Brasil tivemos casos conhecidos, como o da Evelyn Torrence, que popularizou bastante a técnica por aqui após uma entrevista em 2001 no extinto Programa do Jô, da Rede Globo.
Confira a íntegra da entrevista dela abaixo:
Pra encerrar, vale deixar registrado que o retiro baseado nos 21 dias de jejum é uma experiência das mais radicais, mas existem diversas outras muito menos extremas.
Pesquise, inclusive nos artigos da nossa revista, outros tipos de retiro, até encontrar aquele que tem a sua cara.
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