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Shinrin-yoku: a arte japonesa do banho de floresta

Publicado em: junho 09, 2021 | Por: Meu Retiro

Sumário

Em nosso artigo sobre cuidados e dicas para enfrentar a depressão e a ansiedade na pandemia, citamos o banho de floresta, ou Shinrin-yoku, que é uma prática japonesa que envolve uma imersão consciente em um ambiente natural, absorvendo a atmosfera da floresta, para restaurar o bem-estar e relaxar a mente.

Aqui vamos falar um pouco mais sobre esta prática que é recheada de benfeitorias para o corpo, mente e espírito, e está entre as mais simples e mais baratas de se realizar. 

Cada vez mais estudos mostram a importância que a exposição à natureza tem em nossa saúde física e mental. Um deles, publicado na revista Nature em 2019, atesta que duas horas por semana de contato com a natureza já promovem um aumento significativo na sensação de bem-estar, além de aliviar os sintomas de depressão, ansiedade e estresse.

Origem do Shinrin-Yoku

O Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão teve a ideia do Shinrin-yoku no ano de 1982. Devido à implacável cultura de trabalho japonesa, os níveis de estresse dos funcionários japoneses estavam muito altos e o departamento florestal viu uma possibilidade maravilhosa que beneficiaria a diminuição dos níveis de estresse das pessoas e aumentaria a demanda por cobertura florestal necessária ao departamento. Assim nasceu o conceito do Shinrin-yoku, o banho de floresta. Caminhadas por estes espaços, em busca do relaxamento.

Conheça o Shinrin-yoku, a Arte Japonesa do Banho de Floresta

Crédito: Rafaela Lima | Fonte: Pexels

Benefícios do Shinrin-yoku

As florestas são o antídoto original para o estresse e doenças relacionadas a isso.

Abaixo enumeramos alguns dos benefícios da prática.

  • Melhora o sistema respiratório.
  • Ajuda no combate ao sobrepeso e obesidade. 
  • Ajuda a manter a saúde cardiovascular.
  • Contribui para a saúde mental, diminuindo os sintomas de ansiedade e depressão.
  • Ajuda você a se desligar de pensamentos indesejados.
  • Melhora o humor.
  • Aumenta a autoestima e a confiança.
  • Evita o estresse e o esgotamento.
  • Colabora para um sono melhor.
  • Fortalece a capacidade de controlar os desejos e a desistir dos vícios.

Como praticar o Shinrin-Yoku

Entenda o Shinrin-yoku como uma atividade que é meio caminhada e meio meditação. Tudo que você precisa é de um parque da cidade bem arborizado.

O Dr. Qing Li é professor da Nippon Medical School, em Tóquio, uma das mais prestigiadas faculdades de medicina do Japão, além de ser vice-presidente da Sociedade Internacional de Medicina da Natureza e Floresta, e presidente da Sociedade Japonesa de Medicina Florestal. Ele é um dos maiores especialistas mundiais de Shinrin-yoku, e explica como devemos praticá-lo:

“Certifique-se de ter deixado seu telefone e câmera para trás. Você vai andar sem rumo e devagar. Você não precisa de nenhum dispositivo. Deixe seu corpo ser seu guia. Ouça aonde ele quer levá-lo. Siga seu nariz. E tenha seu tempo. Não importa se você não chegar a lugar nenhum. Você não está indo a lugar nenhum especificamente. Você está saboreando os sons, cheiros e imagens da natureza e deixando a floresta entrar”.

Inclusive, durante esta atividade é uma bela oportunidade para exercitarmos o Mindfulnes, prática a qual já abordarmos aqui em nossa revista.

Mindfulness durante o Shinrin-yoku

Durante a sua caminhada, faça uso da atenção plena. O Mindfulness poderá te ajudar a ter uma experiência ainda mais interessante durante seu banho de floresta.

Feche seus olhos. Observe sua respiração, mas não faça julgamentos: você respira pelo estômago ou pelo peito? Pelo nariz ou boca? Raso ou profundo? Não tente se ajustar, simplesmente observe.

Observe o que você cheira. O que você sente? Existe uma brisa? Se sim, de que direção? O que você ouve? Imagine que você pode aumentar o volume nos sons naturais e diminuir o volume nos sons menos naturais. Faça algumas respirações. Você está carregando alguma tensão que pode liberar com a expiração? Se for assim, deixe-a para lá. Quando estiver pronto, abra os olhos e, quando o fizer, imagine que está vendo a natureza ao seu redor pela primeira vez como se fosse uma criança novamente.

Onde praticar?

Veja se em sua cidade há um parque, reserva, trilha, ou até mesmo uma área pública bem arborizada e distante dos sons e do ritmo urbano.

Na cidade de São Paulo temos 106 áreas verdes, entre parques estaduais e municipais. No verbete da Wikipédia, temos uma boa lista com mais detalhes sobre estes espaços, na grande maioria públicos e de acesso gratuito.

Procure o espaço indicado na sua cidade e junte-se a esta comunidade para tomarmos este banho reparador.

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