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Equoterapia: a terapia com cavalos

Publicado em: janeiro 21, 2022 | Por: Meu Retiro

Sumário

Uma das coisas mais incríveis das terapias complementares, é a variedade de opções que elas nos oferecem.

Um exemplo disso é a equoterapia, também conhecida por hipoterapia, que como o nome já revela, é uma prática terapêutica feita com cavalos e seus movimentos.

Essa terapia com cavalos faz parte de um tratamento integrado de reabilitação, que cuida de pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais, tanto físicas quanto psicológicas ou cognitivas.

A seguir vamos conhecer melhor como funciona esta prática que tem ajudado inclusive pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

A Origem da Equoterapia

Para muitos a equoterapia pode ser novidade, mas o uso de cavalos para finalidades terapêuticas vem de muito tempo.

Hipócrates, considerado o pai da medicina, cita o uso de cavalos em tratamentos de saúde desde o tempo da Grécia Antiga, mas na era moderna, a terapia utilizando cavalos começa a se popularizar após a Primeira Guerra Mundial. 

Naquele tempo, soldados usavam os animais para equitação terapêutica a fim de tratar de suas sequelas pós-guerra, tanto físicas quanto mentais, apresentando melhoras significativas com a prática.

Já durante a década de 1960, os cavalos são usados como um complemento da fisioterapia tradicional em países como a Alemanha, Áustria e Suécia, e ai nasce o termo “hipoterapia”. 

Durante a década de 1970 nos EUA, a equoterapia começa a ser padronizada logo após a fundação do primeiro centro de equitação para pessoas com deficiências, coisa que acontece no final da década anterior.

Aqui no Brasil, desde o final dos anos de 1980, com o surgimento da Associação Nacional de Equoterapia (ANDE – BRASIL), a prática se popularizou até o ponto de ser reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina do Brasil como método terapêutico em 1997.

equoterapia

Crédito: Stockfilmstudio | Fonte: Envato Elements

Mas Por Que Cavalos?

Quando o cavalo anda, seus movimentos são variáveis, ritmados e repetitivos, lembrando o nosso próprio caminhar.

Quando montamos em um cavalo, o andar do animal faz com que a gente receba uma porção de estímulos, tanto no cérebro quanto em diferentes partes do corpo.

Pra você ter uma ideia, apenas 5 minutos andando a cavalo, representam 500 entradas neuromotoras para a pessoa que está cavalgando.

Em uma sessão de terapia de 25 minutos, seu tempo médio de duração, chegamos até a 2.500 entradas neuromotoras. É uma quantidade considerável de estímulo, e o principal, todos muito próximos ao movimento humano.

Ou seja, a equoterapia  sendo aplicada junto a sessões de terapia ocupacional, fisioterapia ou até mesmo de fonoaudiologia, fazem uma enorme diferença na hora de estimular os sistemas neuromotores e oferece a oportunidade de um aprendizado motor complexo através dos movimentos do cavalo.

Como Funciona a Equoterapia?

Poderíamos dizer que simplesmente o andar a cavalo já é uma atividade terapêutica, mas a prática vai além disso.

Como falamos acima, a equoterapia atua na área da saúde, com reabilitação física ou mental; na área educacional, em pessoas com necessidades especiais; e na área social, atendendo aqueles com distúrbios comportamentais.

Dentro da equoterapia, a prática mais popular é a hipoterapia, que é justamente o ‘montar e andar a cavalo’.

Através da hipoterapia, um paciente pode experimentar diferentes tipos de estímulo sensorial:

  • músculos e articulações recebem estimulo de pressão a partir de posições de balanço e sustentação (como subir ou ficar em cima do cavalo);
  • cérebro recebe estímulo (para sentir o movimento e o equilíbrio) conforme o cavalo se move (em círculos, subindo e descendo colinas) e muda de velocidade;

Esses estímulos ajudam o paciente a organizar seu corpo e mente para tarefas mais complexas, e a exercitar funções específicas do corpo. 

Esses ‘passeios a cavalo’ são acompanhados por uma equipe multidisciplinar normalmente formada por um treinador do animal e um equoterapeuta, que pode ser um profissional da fisioterapia, um psicopedagogo, ou até um fonoaudiólogo especializado nessa prática.

Além da hipoterapia, o cavalo pode ser usado em processos de reeducação e socialização, como veremos abaixo.

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Crédito: Twenty20photos | Fonte: Envato Elements

Para Quem é Indicada a Equoterapia e Quais Seus Benefícios

A equoterapia é um tratamento de reabilitação e serve para indivíduos com algum tipo de limitação, física ou mental.

Para responder quais os benefícios que a equoterapia traz para o praticante, é importante lembrarmos que eles começam antes mesmo da montaria.

Por exemplo, antes de montar no animal, o contato e a relação da pessoa com o cavalo realizando tarefas como o alimentar ou o escovar, são atividades que se relacionam com a disciplina, a autoconfiança, a administração de medos e a superação de limites. Assim trabalhamos o autoconhecimento, a reeducação e a socialização.

Uma vez montado no animal, a pessoa trabalha e melhora suas habilidades motoras, seu equilíbrio, postura, flexibilidade e noção de espaço.

Com a equitação, são trabalhadas a tonicidade do corpo  e a força muscular, a psicomotricidade e o controle da ansiedade.

Seu sistema cardiovascular também é beneficiado, assim como o sistema respiratório, por ser uma terapia que coloca o metabolismo para trabalhar o tempo todo.

Há ainda estímulos das funções cognitivas, com melhora significativa na memória, na atenção, na percepção visual e auditiva, e até mesmo na fala.

Conforme falamos no início do artigo, pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) também podem ser beneficiados pela prática, e vem coletando resultados positivos através dela nos campos da socialização, da comunicação e em questões motoras.

Sobre esse assunto especificamente, sugerimos o vídeo do canal Meu Anjo Azul, um canal que trata especificamente sobre o TEA, onde a Pâmela Oliveira comenta sobre como funciona a terapia com cavalos para autismo:

Como vimos no vídeo, para crianças a equoterapia pode ser um caminho bem interessante, por trabalhar diversas áreas da saúde física e mental, além de ter um certo caráter lúdico.

E vamos combinar, tem forma mais gostosa de cuidar da saúde do que junto aos animais e à natureza?

Contemple experimentar mais essa opção terapêutica.

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