Você sabia? | Canabidiol (CBD) Vicia

Verdade ou Mito: o Canabidiol (CBD) vicia?

Publicado em: março 25, 2024 | Por: Meu Retiro

Sumário

O Canabidiol (CBD) tem ganhado destaque nos últimos anos, não apenas no campo da medicina alternativa, mas também como um tópico de interesse geral. Com isso, surgiram muitas perguntas sobre suas propriedades, usos e, claro, se o Canabidiol (CBD) vicia.

Apesar de já estar sendo usado por milhares de pessoas em todo o mundo, com muito sucesso inclusive no tratamento de condições como a ansiedade – assunto do qual tratamos neste artigo aqui – ainda existe muito preconceito, desinformação e dúvidas acerca do CBD.

Este artigo tem como objetivo esclarecer essas dúvidas, mergulhando no que é o CBD, o que caracteriza um vício e se o CBD pode ser considerado uma substância viciante. Além disso, exploraremos seu papel no tratamento de vícios e quem deve evitar seu consumo.

Verdade ou Mito: o Canabidiol (CBD) vicia?

Créditos: Ckstockphoto | Fonte: Envato Elements

O que é Canabidiol (CBD)?

O Canabidiol é um dos muitos compostos encontrados na planta Cannabis sativa, que inclui tanto a maconha quanto o cânhamo. Ao contrário do seu primo mais famoso, o tetrahidrocanabinol (THC), o CBD não produz efeitos psicoativos, ou seja, não “droga” os usuários.

Por causa dessa característica, o CBD tem sido estudado por seus potenciais benefícios terapêuticos, incluindo alívio de ansiedade, dor e problemas de sono.

Atualmente, o CBD é amplamente utilizado em várias áreas da medicina alternativa, aproveitando-se de sua capacidade de interagir com o sistema endocanabinoide do corpo para promover um equilíbrio e bem-estar geral.

Cientificamente, alguns dos usos mais promissores e comprovados do CBD incluem o tratamento de formas graves de epilepsia infantil, como a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut, com a Federal Drug Administration (órgão governamental dos EUA que faz o controle dos medicamentos) aprovando um medicamento à base de CBD, o Epidiolex, para estas condições.

Além disso, estudos preliminares sugerem que o CBD pode ser benéfico no alívio da ansiedade, dores crônicas e inflamação, entre outras condições ainda em pesquisa.

O que é vício?

O vício é definido como um padrão de uso de uma substância que envolve compulsão, perda de controle sobre o consumo e continuação do uso apesar das consequências negativas.

Um aspecto crucial do vício é a presença de desejo intenso e o desenvolvimento de tolerância, onde quantidades crescentes da substância são necessárias para alcançar os mesmos efeitos.

Afinal, o Canabidiol (CBD) vicia?

De acordo com as pesquisas realizadas até agora, e a literatura científica disponível, a resposta é negativa para a pergunta se o Canabidiol (CBD) vicia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um relatório onde afirma que o CBD não demonstrou potencial para dependência ou abuso nos estudos disponíveis. Isso é corroborado pelo fato de que o CBD não interage com os mesmos caminhos neurológicos que são típicos das substâncias viciantes, como os opióides.

Estudos têm mostrado que o CBD pode, na verdade, ter propriedades anti-dependência. Pesquisas indicam que o CBD pode ser útil no tratamento de vícios em substâncias, como tabaco, álcool e até mesmo em casos de dependência de opióides, ajudando a reduzir o desejo pela substância e aliviar os sintomas de abstinência.

Vamos falar um pouco mais sobre isso a seguir.

O CBD no Tratamento de Vícios

Na discussão sobre se Canabidiol (CBD) vicia ou não, pode surpreender alguns saber que o CBD tem despertado interesse significativo como uma potencial ferramenta no tratamento de vícios, graças à sua interação única com o sistema endocanabinoide do corpo. Este sistema desempenha um papel crucial na regulação de várias funções fisiológicas, incluindo humor, dor, apetite e memória, e sua manipulação por meio do CBD oferece um caminho promissor para o tratamento de dependências.

Um dos aspectos mais promissores do CBD no tratamento de vícios é sua capacidade de reduzir o desejo pela substância viciante. Estudos preliminares sugerem que o CBD pode diminuir a o desejo/necessidade por opióides, tabaco, e até álcool. Um estudo, em particular, mostrou que fumantes que usaram inaladores de CBD fumaram significativamente menos cigarros e relataram menos desejo por nicotina em comparação com o grupo controle.

Além disso, o CBD demonstrou potencial para aliviar os sintomas de abstinência, que são muitas vezes um grande obstáculo no processo de recuperação de vícios. Isso inclui sintomas como ansiedade, insônia e dor, tornando o processo de abstinência potencialmente menos desconfortável e mais gerenciável.

Outro aspecto interessante é o potencial do CBD em tratar os aspectos psicológicos subjacentes a alguns vícios. Muitas vezes, substâncias são usadas como uma forma de autotratamento para condições como ansiedade e depressão. O CBD, com suas propriedades ansiolíticas e antidepressivas, pode oferecer uma alternativa mais segura e não viciante para esses indivíduos.

É importante destacar, porém, que apesar desses achados promissores, a pesquisa sobre o CBD e seu papel no tratamento de vícios ainda está em estágios iniciais. Mais estudos clínicos são necessários para entender melhor como o CBD pode ser usado de forma eficaz nesse contexto, incluindo as dosagens apropriadas e os métodos de administração.

Quem Não Deve Tomar CBD

Já compreendemos a negativa sobre a dúvida se o Canabidiol (CBD) vicia, mas será que ele pode ser usado por qualquer pessoa?

Apesar de seu perfil de segurança relativamente alto, o CBD não é adequado para todos. Pessoas que tomam certos medicamentos, como aqueles com uma “janela terapêutica” estreita, devem proceder com cautela devido ao potencial do CBD para interagir com tais medicamentos. Além disso, grávidas, lactantes e pessoas com condições médicas complicadas devem consultar um médico antes de iniciar o uso de CBD.

De todo o modo, essa substância só deve ser considerada após consulta com seu médico alopata.

Para encerrar, deixamos abaixo um vídeo do Dr. Gerson Bonorino, neuropsiquiatra, especialista em Canabidiol há 27 anos, falando sobre os possíveis efeitos colaterais que o uso do CBD pode causar.

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