Sumário
Antes de ficar conhecido por ter seu livro “The Martian” -no Brasil, “Perdido em Marte”- adaptado para o cinema em 2015 por Ridley Scott, com atuação de Matt Damon, o escritor americano Andy Weir, lançou em 2009, online no site GalactaNet um conto chamado The Egg (“O Ovo“) – clique aqui para ler completo em português.
Nele, o autor descreve o encontro de uma pessoa que acaba de morrer – chamada de “você”, com Deus, e o diálogo que se sucede a partir de então.
No conto que viralizou na internet, ambos falam sobre o ocorrido, e Ele, Deus – que também é o narrador da história – revela que a próxima reencarnação do personagem “você” será como uma camponesa chinesa em 540 D.C..
Ao ser questionado sobre a questão temporal, já que a reencarnação será feita em alguém que viveu no passado, Deus então explica ao “você” que na verdade ele está constantemente reencarnando ao longo dos tempos, e que todos os seres humanos que já viveram e viverão são suas reencarnações.
Deus explica ainda que existem outros seres Divinos como ele, e que todo o universo foi criado como um ovo para o desenvolvimento do personagem principal – “você”, que por sua vez, é então toda a humanidade que já existiu e existirá.
A partir do momento que “você” tenha vivido todas as vidas humanas, ele então poderá ascender como um Deus, já que é filho direto Dele.
As questões metafísicas colocadas no texto explodiram a mente de milhares de pessoas online, e no aniversário de 10 anos do conto, o canal do YouTube Kurzgesagt fez uma animação baseada na história, com a permissão de Weir.
Assista ao curta a seguir. São apenas 8 minutos de duração. Depois podemos continuar conversando sobre “O Ovo” e suas reflexões.
Algumas Reflexões Sobre “O Ovo”
A narrativa de “O Ovo” trata de assuntos como o autoconhecimento, empatia e autocompaixão.
Toda a história desenvolvida por Weir é recheada de frases de efeito que funcionam como provocações pontuais para diversas reflexões sobre nossa natureza e trajetória.
“Não se sinta mal por isso. Todo mundo morre.”
Uma das primeiras reflexões propostas é justamente sobre a morte, ou melhor, sobre a naturalidade da morte.
A morte é um conceito difícil, é um assunto complexo para muitas pessoas, mas “O Ovo” a coloca como algo natural, e não crava nenhuma verdade absoluta sobre o que acontece após seu acontecimento, pois afinal isso é algo que ninguém sabe.
De todo modo, ele te conduz a uma reflexão sobre nossa mortalidade – a forma abrupta com que “você” morre, tudo o que ele deixa para trás, e sobre como ela pode ser o verdadeiro sentido da vida – a reencarnação, a evolução, sobre o que fazemos para e com o próximo.
Créditos: Divulgação | Fonte: Promo
“Todas as religiões estão certas a seu modo.”
Como falamos acima, não há verdade absoluta, e a escolha que fazemos sobre nossa jornada espiritual é algo pessoal que, se faz sentido para você, não há como ela estar errada.
Não existe uma opção correta no campo religioso ou espiritual, ou mesmo um dogma que te leve à evolução ou a um ‘pós-vida’ melhor. Todas elas buscam ajudar, a seu modo, a nossa jornada pela vida e pela morte.
Escolha seu caminho espiritual ou religioso, e tire dele o melhor e o que lhe parece mais correto, nunca se fechando para o diferente ou ao contraditório.
“Sua alma é mais magnífica, bonita e gigantesca do que você pode imaginar. A mente humana pode conter apenas uma pequena fração do que você é. É como enfiar o dedo em um copo d’água para ver se está quente ou frio. Você coloca uma pequena parte de si mesmo no recipiente e, ao retirá-la, ganha todas as experiências que ela teve”.
Quantas vezes você já leu sobre o quanto somos limitados por não usarmos a totalidade da capacidade de nosso cérebro – e que, se talvez conseguíssemos usar mais, poderíamos realizar ainda mais coisas incríveis.
A mente humana é só uma parte pequena do que somos ou podemos ser, ainda há muito que não sabemos ou ainda não entendemos.
A mente universal, a nossa alma, é infinitamente maior do que a nossa mente humana. Decodificamos somente uma pequena parte de um todo, de como tudo funciona.
Não construímos o cérebro, o universo ou a natureza. Nem entendemos isso tudo por completo. Há muito para aprendermos. Tanta coisa, que não conseguimos nem mensurar o tamanho disso tudo ainda.
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“Toda vez que você vitimou alguém, você estava se vitimando. Cada ato de bondade que você fez, você fez a si mesmo. Cada momento feliz e triste já vivenciado por qualquer ser humano foi, ou será, vivenciado por você”.
O autor Andy Weir comentou sobre este trecho o seguinte: “Eu queria que o leitor mudasse sua mentalidade -mesmo que apenas por um curto período- e começasse a se imaginar realmente sendo as pessoas que encontra.”
Na própria Bíblia podemos ler a afirmação feita por Jesus Cristo, “Nunca faça para os outros o que você não gostaria que fizessem para você”.
Você trata os outros como gostaria de ser tratado? Você faria o que tem feito para o próximo se soubesse que aquele ali também já foi você?
Ou como já cantaram os Beatles em “The End”: “No final, o amor que você receber é igual ao amor que você dá”.
Pois façamos nosso melhor a nós mesmos e ao próximo neste grande ovo que é o universo.
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