Sumário
Em outro artigo aqui em nossa revista, falamos sobre o que é o chi, seu conceito, origens e como se relacionar melhor com essa psicoenergia.
Agora vamos falar sobre outra manifestação da energia vital, o Prana, a Psicoenergia de origem Ayurvédica.
Se você é praticante, ou mesmo se interessa pelo yoga, já deve estar familiarizado com esse termo, ou ao menos já teve contato com o chamado Pranayama, que é a prática de regulação da respiração, um dos principais componentes do mundo yogue.
Traduzido do sânscrito, a palavra ‘Pranayama’ pode ser interpretada da seguinte forma: Prana (força vital) + Yama (controle/expansão), ou seja, é o controle e liberação da força vital através de exercícios de respiração.
Vamos conferir a seguir quais sãos as origens e características do Prana, além de entender quais as diferenças entre ele e o chi.
O que é Prana e onde ele se encontra?
As referências à energia do Prana remontam a textos védicos de 3.000 anos e aos antigos arquivos de Ayurveda e Hatha Yoga.
De acordo com uma escritura védica chamada Upanixades, o Prana é a fonte de todo movimento e vida no corpo humano, comparado ao sangue que se move pela corrente sanguínea ou impulsos energéticos que percorrem o sistema nervoso central.
Outras filosofias se referem a ele com nomes diferentes, como o “Chi” da medicina chinesa, o “Ki” dos japoneses, o “Ruah” do povo hebreu, ou o “Ka” dos antigos egípcios, mas em seu conceito básico, ele é a mesma coisa em todas essas culturas: a poderosa força energética que nos mantém vivos.
O Prana não é algo que vemos, mas sim algo que sentimos. Ele permeia todos os níveis do nosso ser, e é tanto a fonte de nossa criação quanto a força que nos sustenta.
É o mar de energia que conecta todas as facetas do universo, cada partícula, átomo, molécula que une nossa realidade. Toda a matéria que vemos ao nosso redor é simplesmente uma manifestação dessa energia – sem ela, nada existiria.
Dentro de nós o Prana ainda se divide em 5 tipos, um para cada região do corpo, causando diferentes sensações, como podemos ver neste vídeo do canal Arte de Viver:
Como conservar e aumentar o Prana
Os Vedas, uma coleção de textos hindus antigos, ensinam que os yogues devem aumentar e conservar o Prana através de escolhas em seu estilo de vida, equilibrando-o por meio de Yoga, meditação e dieta, canalizando-o por meio da ação e purificando-o por meio da disciplina espiritual. Ou seja, seu estilo de vida precisa ser equilibrado e saudável.
Esteja ciente ainda do fato de que a energia da natureza vem dos 5 elementos básicos: terra, água, fogo, ar, éter. Quanto mais distante você estiver desses elementos, mais distante também estará da energia vital.
No entanto, a maneira mais fácil e direta de aumentar a energia do Prana é através dos exercícios de respiração, ou seja, o já citado Pranayama.
Quando praticamos Pranayama, gerenciamos diretamente o fluxo de Prana dentro e fora de nossos corpos. Ao inspirar, respiramos o ar da vida. Ao expirarmos, esvaziamos nossos pulmões e criamos espaço para que o ar fresco ocupe seu lugar.
Literalmente, o simples ato de inspirar e expirar conscientemente nos acalma e nos restaura.
À medida que o sistema nervoso parassimpático sinaliza ao nosso corpo que estamos seguros e bem, damos ao nosso corpo a chance de curar e voltar ao equilíbrio, tudo por conta própria.
Ainda de acordo com os Vedas, quando o movimento do Prana fica preso em um dos Nadhis – canais energéticos que percorrem todo o corpo – os Chakras, ou centros de energia do corpo físico, podem ficar desalinhados.
Acredita-se que os Chakras ou o Prana bloqueado, ou desequilibrado, seja a origem de muitas doenças e males comuns.
A prática indiana de Ayurveda, uma filosofia holística de bem-estar e saúde, gira em torno da sintonia com a energia prânica.
Diferenças entre Prana e Chi
Como falamos acima, Prana e chi dividem muitas características, são muito semelhantes em natureza.
Embora a origem cultural de ambos difira, suas aplicações são bem próximas, com sutis, e muitas vezes subjetivas, diferenças – algumas delas meramente linguísticas.
Por exemplo, uma das principais diferenças entre ambos, é que o Chi percorre o corpo através dos meridianos – pontos em nosso corpo indicados pela medicina chinesa, responsáveis pelo fluxo da energia.
Já o Prana flui através de uma rede de canais em nosso corpo chamada Nadhis.
Existem cerca de 72.000 Nadhis trabalhando em nós, sendo que os três principais são ida, Lingala e Sushumna, os quais se cruzam onde estão localizados nossos Chakras.
Como falamos acima, o bloqueio do Chakras, assim como dos meridianos – que ficam em pontos diferentes do corpo – são os responsáveis pelas más condições de saúde das pessoas.
Vale lembrar que existem 7 Chakras principais, cada um correspondendo a uma localização no corpo. Nós listamos e falamos mais sobre os Chakras neste artigo aqui.
Uma outra diferença interessante são as práticas para exercitar a energia vital. Se o Prana é estimulado com os Pranayamas e Yoga, o Chi possui o tai chi e o Qi Gong, por exemplo.
E isso é só o começo…
A rica cultura Ayurvédica nos proporciona mais uma porção de caminhos e olhares sobre o Prana. Mas como introdução e definição básica do que ele é e representa, paramos por aqui.
Não importa qual palavra você queira usar para descrever a sua energia, o mais importante é que você se envolva com ela, seja através da comida, da meditação, exercícios de respiração ou a prática que for, e deixe-a fluir livremente.
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