Resenhas | Feitiço Do Tempo

Feitiço Do Tempo – uma comédia de autoconhecimento e evolução (resenha)

Publicado em: janeiro 01, 2022 | Por: Meu Retiro

Filme: Feitiço do Tempo

Gênero: Comédia

Produção: Trevor Albert

Direção: Harold Ramis

Sumário

O que é o “Feitiço do Tempo“? E se você vivesse no mesmo dia, diariamente, pelo resto da sua vida? E se tudo fosse exatamente igual, você mudaria a si mesmo para tentar mudar o seu entorno? Já ouviu aquela frase, “nada muda se você não mudar”?

Parece que estou falando daqueles dias que vivemos trancados em casa nos momentos mais severos da pandemia, onde os dias eram todos meio parecidos e fazíamos tudo no automático. 

Também parece que estou falando daquela rotina de trabalho que tantos de nós vivemos, onde tudo acontece sempre igual e não há uma data de mudança em vista.

Mas não falo nem sobre uma coisa, nem outra, mas sim estou me referindo a um dia específico: o dia da marmota!

“Groundhog Day”, em tradução livre, “o dia da marmota”, é o nome original do “Feitiço do Tempo”, um clássico estilo Sessão da Tarde, que era sempre reprisado nas tardes da tv aberta.

Lembra desse filme? Nunca viu? Já deve até ter visto, só não o reconhece pelo nome. Vamos refrescar sua memória a seguir.

Feitiço do Tempo

Crédito: Promo | Fonte: Divulgação

Que Filme é o “Feitiço Do Tempo”?

Lançado em 1993, o “Feitiço do Tempo” é um filme americano de comédia escrito e dirigido por Harold Ramis e estrelado por Bill Murray.

A história acontece em Punxsutawney, na Pensilvânia, cidade onde acontece em 2 de fevereiro o Dia da Marmota, data onde o referido animal faz previsões meteorológicas para os cidadãos da cidade.

No filme, o arrogante repórter Phil Connors (Bill Murray) é escalado, contra sua vontade, para cobrir tal acontecimento junto com sua equipe de reportagem.

Quando o trabalho e o dia terminam, e a equipe faz as malas para voltar para casa, uma tempestade de neve os mantém presos na cidade.

Furioso, Phil passa mais uma noite na pousada em que está hospedado e ao acordar é 2 de fevereiro de novo.

O repórter fica preso em um loop temporal, onde tem que repetir esse dia odiado indefinidamente. Não importa o que ele faça, ele sempre acorda no Dia da Marmota, revivendo os mesmos acontecimentos.

Durante o loop, em um primeiro momento, Phil aproveita a oportunidade para tirar proveito da situação, depois percebe que esta é uma oportunidade de melhorar como pessoa, conquistar seu par romântico, e quem sabe assim evoluir para chegar ao próximo dia.

Feitiço do tempo

Crédito: Promo | Fonte: Divulgação

“Feitiço Do Tempo” e o Autoconhecimento

Como deu pra perceber, apesar do plot simples e do clima de comédia, “Feitiço do Tempo” carrega inúmeros significados e significantes, muitos deles importantes durante nossa jornada de autoconhecimento.

Por exemplo, a prisão temporal do personagem logo deixa clara a ideia de se viver um dia de cada vez, dando atenção ao momento presente (mindfulness) e aos detalhes.

Quantas coisas fazemos no automático e nem nos damos conta do que está acontecendo? Quantas coisas acontecem a nossa volta e que ignoramos?

E mais, quantas vezes, assim como o personagem, ignoramos oportunidades de ajudarmos alguém, ou de simplesmente sermos agradáveis com o próximo?

A atenção plena é algo que é desenvolvido por Phil durante todo o arco do personagem, e no filme vemos toda a diferença que isso pode fazer em nossas vidas.

Nas partes finais do filme, por exemplo, o personagem demonstra imensa compaixão, fruto de sua prática de atenção plena, pois finalmente se sente conectado ao mundo e ao próximo.

Conforme falamos no começo do texto, o filme também levanta questões sobre o que realmente podemos mudar em nossos dias.

A reflexão a que ele nos conduz é: se todos os dias são iguais, se não podemos mudar nada ao nosso redor, devemos mudar a única coisa que temos controle, nós mesmos.

Quantas e quantas vezes esperamos que as coisas aconteçam, que algo mude, mas continuamos sendo os mesmos, fazendo as mesmas coisas. A fábula do filme expõem claramente a necessidade do nosso protagonismo para que as coisas mudem.

Essa mudança interna também aparece no filme através da sua percepção sobre a cidade e as pessoas. O local que ele odiava, as pessoas que ele não suportava, com um olhar mais amoroso, se transformam em coisas positivas – e até essenciais – para seu cotidiano.

Com o passar do tempo, Phil se conhece mais e mais e demonstra uma evolução pessoal em todos os aspectos de sua vida. Se torna alguém mais amoroso, compassivo, paciente e altruísta.

Essa evolução pessoal de Phil é justamente o que muitos de nós buscamos em nosso processo de autoconhecimento, e é o que prega diversas linhas de pensamento e espiritualidade.

No budismo, o Samsara -o fluxo contínuo da vida, é feito de renascimentos, que só são interrompidos quando se atinge a iluminação.

Esse fluxo em busca de evolução também é encontrado no judaísmo e no espiritismo, para citar só mais dois exemplos.

No final, compreendemos que a jornada que o personagem percorre no filme, é bem próxima a que muitos de nós percorremos por aqui também, buscando amor, evolução e entendimento.

Feitiço do tempo

Crédito: Promo | Divulgação: Divulgação

Onde Assistir Ao Filme?

O “Feitiço do Tempo” não foi um sucesso de bilheteria na época de seu lançamento. Com o passar do tempo, principalmente graças a indicação boca-a-boca, que o longa foi ganhando notoriedade e se tornou um clássico cult dos anos 1990, discutido hoje até mesmo em aulas de filosofia e trabalhos acadêmicos.

Atualmente o filme está disponível para locação através do próprio YouTube. Clique aqui para assistir.

Abaixo, confira o trailer oficial do longa e prepare-se para reviver o glorioso Dia da Marmota:

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