Filme: Free The Mind
Gênero: Documentário
Produção: Danish Documentary
Direção: Phie Ambo
Sumário
Se formos resumir em pouquíssimas palavras, “Free The Mind” é um documentário de 2012 sobre o poder transformador do mindfulness.
Se você sabe o que é mindfulness, consegue ter uma ideia melhor sobre quais ideias o filme defende, mas caso não, vamos dar uma contextualizada antes.
O mindfulness é o mesmo que atenção plena, a capacidade humana básica de estar totalmente presente, ciente de onde estamos e do que estamos fazendo, e não excessivamente reativo ou oprimido pelo que está acontecendo ao nosso redor.
Já falamos bastante sobre mindfulness aqui em nossa revista Meu Retiro, isso porque é uma prática que é cada vez mais popular, e que surge de forma interdisciplinar dentro dos caminhos do autoconhecimento.
Ela é utilizada em tratamentos de redução de estresse e ansiedade, trata problemas de reatividade, de falta de foco e entrega mais uma porção de benefícios como podemos conferir neste artigo e em tantos outros de nossa revista.
Mas o Que Mindfulness Tem a Ver Com “Free The Mind”?
Tudo! Logo em seu pôster, encontramos a seguinte pergunta que já entrega nosso plot:
“Você pode religar o cérebro apenas respirando?”
No filme, o renomado neurocientista Richard Davidson, após um encontro com o Dalai Lama, resolve retomar seus estudos sobre mindfulness.
Com o acompanhamento da equipe de filmagem do longa, ele conduz uma pesquisa em seu Center for Investigating Healthy Minds na Universidade de Wisconsin, sobre a ação da prática da atenção plena perante dois transtornos.
A tese do dr. Davidson, eleito uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela Time Magazine em 2006, é de que o mindfulness pode reprogramar o cérebro através de meditação e exercícios de treinamento cerebral e de respiração, melhorando suas vidas e sua saúde mental através de um processo chamado neuroplasticidade.
Para este estudo, são escolhidos três personagens: Steve e Rich, dois soldados veteranos de guerra com Transtorno de Estresse Pós-Traumático, e Will, uma criança de cinco anos que sofre com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e ansiedade.
Com linguagem simples e de fácil entendimento, o documentário mostra a jornada destes três personagens durante a pesquisa/experiência, ao mesmo tempo que ilustra e explica mecanismos relacionados a consciência, o cérebro e nosso comportamento.
Durante o filme, informações ricas sobre nossa mente e consciência nos são entregues de forma bem natural.
Por exemplo, ele nos lembra que após 3 meses de meditação, qualquer pessoa consegue perceber mudanças muito mais sutis em seus ambientes, o que os leva a serem melhores ao se comunicar com o próximo e compreender seu meio.
Ele também é explícito ao falar que a nossa inteligência emocional é muito mais importante do que a nossa inteligência cognitiva, e claro, é absolutamente taxativo sobre o poder terapêutico da respiração e sua importância em nossa vida, inclusive pontuando algo tão óbvio que nos escapa da reflexão, que ela é a primeira e a última coisa que fazemos durante a nossa existência.
Com essas – e outras – informações em mãos, não é spoiler citar que o estudo do dr. Davidson apresenta resultados positivos com os personagens escolhidos.
Nos créditos finais do filme, nos é contado o fato que ambos os soldados viram alguns de seus sintomas de TSPT, como a insônia, diminuírem drasticamente, bem como vemos a superação de um medo específico (entrar em elevadores) e da ansiedade do pequeno Will.
A abordagem da diretora dinamarquesa Phie Ambo, além de descomplicada ao tratar de questões tão complexas como a neurociência, é amorosa e recheada de compaixão.
A documentarista coloca-se sempre no lugar dos pacientes, humanizando-os, e entregando ao final uma mensagem inspiradora e de esperança aos que assistem a obra e a todos que passam por momentos difíceis por suas condições mentais.
Vale citar que “Free the Mind” é o segundo filme de uma trilogia planejada por ela, que explora a relação entre ciência e existência humana.
O primeiro doc. da série foi “Mechanical Love” (2007), filme que fala sobre robôs de aparência humana tão perfeita, que acabam se transformando em parceiros românticos de humanos, criando uma relação de amor entre pessoas e máquinas.
O terceiro filme ainda não foi lançado.
Assista ao trailer de “Free The Mind” aqui:
Após anos no catálogo da Netflix, atualmente “Free The Mind” não está disponível em nenhuma plataforma brasileira de conteúdo.
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