O Rei Do Show – um musical que nos faz refletir (resenha)

“Eu sou corajoso, estou calejado

Eu sou quem devo ser, este sou eu

Cuidado porque aqui vou eu

E eu estou marchando no ritmo que toco

Não tenho medo de ser visto

Não peço desculpas, sou eu”

Este trecho acima é da canção “This Is Me“, faixa interpretada por Keala Settle para o filme “O Rei do Show”, e que venceu o Globo de Ouro de melhor canção original em 2018. 

O motivo dela estar em destaque é justamente por traduzir uma das principais mensagens deste filme de 2017, a de empoderamento e amor-próprio.

Mas antes de falarmos sobre isso, vamos falar sobre a obra cinematográfica em si.

O Rei Do Show – O Filme

“O Rei Do Show” é um drama musical americano lançado em 2017, dirigido por Michael Gracey e estrelado por Hugh Jackman no papel do empresário – e sonhador – P. T. Barnum.

P.T. Barnum é um personagem real, foi provavelmente o primeiro milionário do show business, isso ainda em meados dos anos 1850, graças ao sucesso com seu circo Barnum & Bailey Circus e demais empreendimentos.

No filme, sua trajetória é contada de forma lúdica e romantizada, tudo acompanhado de muita música e dança, dando luz a seus feitos mais notáveis com toda licença poética que Hollywood demanda.

O visual de época, mais precisamente do século XIX, contrasta com canções de tons pop contemporâneos e coreografias dignas das maiores boybands – não por acaso o filme conta ainda com Zac Efron, ícone teen de outrora graças a sua atuação na série High School Musical.

Da infância miserável, até seu apogeu comercial, a jornada de P.T. Barnum é repleta de percalços e passagens decisivas, misturando uma porção de arquétipos e plots famosos por sempre darem certo em uma narrativa: romances proibidos, o homem que supera as dificuldades e vence na vida, valores sobre amor e amizade, além da empatia por personagens oprimidos.

Colocando muitos questionamentos morais em pauta e levantando discussões importantes, em camadas abaixo da aparente fábula pop encontramos um vasto material para nossa edificação.

Mesmo para quem não quiser se aprofundar nessas reflexões, “O Rei do Show” funciona muito bem como um filme familiar, musical e divertido, com um final emocionante que fala sobre redenção e sobre o que nos realmente é importante.

Crédito: Promo | Fonte: Divulgação

O Rei Do Show – A Reflexão

A primeira reflexão que “O Rei Do Show” nos apresenta é sobre obstinação e perseverança, sobre saber quem somos e o que realmente queremos.

Barnum luta contra a miséria, acreditando em sua visão de futuro para si. Perseverou para sobreviver, para conquistar sua amada, e depois para prosperar com seu empreendimento.

Aproveitou sua demissão do trabalho para dar uma virada em sua vida, apostando em seu sonho, sabendo também reconhecer onde errou nas suas escolhas, repensando ações e se reestruturando.

Assim como Barnum, você também tem seus sonhos, seus objetivos, seus projetos. Quantos deles você já iniciou? Até quando irá negligenciar sua vontade e vocação, em prol de segurança e estabilidade? Já pensou sobre isso?

“O Rei do Show” inspira esse tipo de iniciativa e sentimento, da busca pelo nosso sonho, pela realização de nossas ideias e projetos, e mais, sobre como precisamos da ajuda de outras pessoas para alcançarmos esses objetivos.

Essa relação com o outro é um ponto crucial no filme. Ele também deixa claro como é importante estarmos abertos para a sugestão do próximo. Que, quanto mais flexível formos, mais sucesso poderemos ter.

Por exemplo, no filme, as ideias para o circo vieram de um comentário que a filha de Barnum fez após o primeiro fracasso, e de um homem que ele viu casualmente no banco.

A mensagem aqui é sobre o quanto importante estarmos atentos ao redor e aptos a ouvir sugestões, ideias e outras influências. 

Depois de ouvir e pescar essas sugestões, o personagem decide então refazer seu projeto, trocando os animais empalhados por pessoas de verdade, o que o leva enfim a prosperar. E aí que começa mais uma reflexão importante.

Para viabilizar o seu ‘circo’, Barnum decide reunir uma porção de tipos marginalizados pela sociedade da época: anões, negros, pessoas muito altas, muito obesas, muito tatuados, uma mulher barbada etc, pessoas que eram consideradas ‘esquisitices’ pelo pensamento médio .

Essas pessoas tinham vergonha de si por não se encaixarem nos padrões estabelecidos pelo meio, mas com o chamado de Barnum, eles se sentem confiantes e valorizados, topando se expor para mudar a visão que os outros têm deles.

Como falamos no começo do artigo, essa lição sobre amor-próprio é uma das principais mensagens do filme, um tema abordado de forma sutil, mas que deixa claro o quanto é importante cultivarmos nossa autoestima, e como ela pode nos empoderar enquanto pessoas e artistas.

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O grupo reunido por Barnum é múltiplo, e cada um com suas singularidades é importante com suas diferenças para a formação de um todo vitorioso, o que também leva o indivíduo a um novo patamar de importância.

Esse discurso de luta contra o preconceito e de empoderamento do diferente está colocado em todo o filme, enaltecendo a aceitação e fomentando a empatia pelos personagens.

O amor-próprio tão citado aqui é essencial no processo de autoconhecimento, para nossa saúde mental e para nosso bem-estar. Aceitar-se é o primeiro passo pra atingi-lo.

Aqui mesmo em nossa revista já demos dicas de como aumentar seu amor-próprio, e como desenvolvê-lo. Vale você dar uma conferida.

Uma terceira e última reflexão importante, é sobre não sermos gananciosos.

No filme, muitas das situações ruins poderiam ter sido evitadas se Barnum não fosse ganancioso.

Sua ganância o impediu de compreender que a felicidade real não vem do dinheiro ou das conquistas materiais, mas sim das pessoas que você ama e que amam você.

Em uma história de sucesso e superação como a de Barnum, esse tipo de alerta se faz muito necessário, pois não raro a ganância supera o bom senso e os bons sentimentos.

Ao término do longa, entendemos que a jornada de Barnum é tão cheia de falhas e acertos como a de qualquer um de nós, por isso mesmo o personagem é tão impactante, por trazer à tela todas as incoerências que nos fazem tão humanos.

“O Rei do Show” é o registro de uma história inspiradora e que nos toca em pontos sensíveis que merecem nossa atenção e reflexão.

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Para Assistir O Rei Do Show

“O Rei o Show” foi uma produção bem sucedida na época de seu lançamento, indicado ao 75º Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme – Comédia ou Musical, e de Melhor Ator – Comédia ou Musical através da atuação de Hugh Jackman.

A canção “This Is Me” foi premiada com o Globo de Ouro de Melhor Canção Original e recebeu indicação ao Oscar de Melhor Canção Original naquele ano.

Atualmente o filme está disponível na plataforma Disney+. Clique aqui para assistir.

Abaixo, confira o trailer oficial do filme:

Bom filme!