Você sabia? | Xamanismo

O que é o Xamanismo? Conheça nossa prática espiritual mais antiga

Publicado em: julho 24, 2021 | Por: Meu Retiro

Sumário

Aqui na revista Meu Retiro, falamos de terapias de cura e canais de espiritualidade com diversas origens e crenças. Mas hoje vamos falar de uma prática que tem quase 30 mil anos e ainda prevalece em algumas culturas ao redor do mundo. 

O xamanismo é uma prática espiritual tradicional que começou na Sibéria e na Mongólia, sem uma data fixa definida.

Pinturas rupestres da época pré-histórica já indicam que suas comunidades celebravam elementos da natureza, com respeito e devoção através de rituais com um xamã.

Esses mesmos rituais também foram identificados em diversas outras partes do mundo, inclusive no continente americano em que vivemos.

Em ambos os casos a figura do xamã estava em destaque.

Pra você entender melhor quem é o xamã, vale dizer que, dentro da nossa cultura indígena brasileira, o “pajé” – palavra de origem Tupi – representa o nosso xamã.

Os xamãs são curadores que podem entrar em estados alterados de consciência, conectar-se com o mundo espiritual para trazer informações para fins de cura e ajudar os indivíduos a diagnosticar seus problemas usando o conhecimento que reuniram.

O xamanismo é em parte um estudo de nosso ambiente, tem a natureza como sua professora. Ele une mística, filosofia e religiosidade, com as forças da natureza e nossa essência divina.

Sim, nossa essência divina, pois para o xamanismo todo ser é divino. Deus está em tudo e em todos.

Conhecer o xamanismo é compreender um pouco mais sobre muitas das práticas contemporâneas de autoconhecimento.

Ele mesmo vem se adaptando e se modificando com o passar do tempo. A partir dos anos 1960, por exemplo, teve início o que ficou conhecido como neo-xamanismo, uma vertente mais moderna desta cultura ancestral.

Vamos saber um pouco mais desta história a seguir.

Origens do Xamanismo

O xamanismo é considerada a prática espiritual mais antiga que existe.

A palavra xamã deriva de шаман (saman), que na língua evenque – povo tungúsico no norte da Ásia – significa “aquele que conhece”.

Suas origens têm raízes em quase todas as culturas existentes. Das florestas da América do Sul até as regiões montanhosas da Mongólia, passando por povos nativos da Sibéria e Austrália, todas as culturas tribais tradicionais têm traços do xamanismo.

Por falar em Sibéria e Mongólia, acredita-se que as tribos pastoris desta região são o berço dessa prática ancestral. 

Nessas tribos, o xamã era um dos membros mais influentes e reverenciados. Era o homem ou a mulher mais sábio – aquele que conhece, e por ser sábio, tinha acesso a diversos poderes, entre eles o de cura.

Como o Xamanismo é Praticado

O xamã é o intermediário entre o mundo físico e o espiritual. É ele que se conecta aos guias e ao Grande Criador na intenção de nos religar à nossa essência, expandir nossa espiritualidade e promover nossa cura através do autoconhecimento.

Para os xamanistas, cada elemento da natureza e cada ser é a representação de Deus, portanto reverenciar o divino é reverenciar tudo que é da natureza: humanos, animais, minerais, plantas, os cinco elementos, os astros, etc.

Para acontecer essa conexão entre mundo físico e espiritual existem rituais e técnicas onde o xamã entra em estados alterados de consciência.

O método para atingir esse estado varia conforme a cultura, geografia, necessidades individuais e habilidades do profissional.

Dentre as práticas mais comuns estão o jejum para a purificação do corpo, defumação para limpeza energética do ambiente, massagens terapêuticas para harmonizar o corpo energético e uso das plantas psicoativas, como a ayahuasca e o peiote.

Ferramentas como tambores, música, chocalhos e dança também são bem comuns no processo de conexão com o mundo espiritual. 

Uma vez iniciada a prática, busca-se o transe.

O que distingue a prática xamânica de outras disciplinas espirituais, é a capacidade do praticante de agir com intenção consciente, mesmo em parceria com os espíritos.

Ou seja, durante o transe, o xamã viaja para outros mundos, no entanto, ele sempre mantém o controle sobre seu corpo físico.

Viajando para estados alterados de maior consciência, o xamã entra em uma realidade mais profunda,  ganha acesso a energias invisíveis onde não há separação entre o físico e o espiritual – onde a humanidade e Deus estão profundamente conectados.

Guiado por espíritos ou energia, ele diagnostica fontes energéticas de problemas e então cria soluções para equilibrar ou curar esses problemas no mundo físico.

As prescrições de cura podem variar. Podem ser ações que o xamã realiza no mundo invisível, ou a receita de remédios no mundo físico – que podem ser ervas, algo da medicina ocidental, ou mesmo oferendas e sacrifícios.

Seja na forma tradicional ou no neo-xamanismo, o profissional está empenhado em restaurar a harmonia do indivíduo e de qualquer relacionamento que ele possua.

Nenhuma questão humana está fora do reino do xamã, que se adapta para atender ao “espírito” atual da época – seja ajudando a proteger as plantações da aldeia ou guiando um executivo em uma carreira desafiadora.

Essa adaptação é um dos motivos para que essa prática milenar dure até hoje, bem como ainda seja influente.

Confira abaixo um episódio da série Retratos da Fé, produção exibida pela TV Cultura, onde líderes xamãs dão suas visões acerca do xamanismo e explicam um pouco mais sobre este antigo conhecimento.

Ainda há muito a ser falado sobre xamanismo. Esta foi só uma introdução ao assunto.

Uma cultura milenar tão rica nos oferece muitos outros recortes para estudo, além de abrir as portas para tantos outros temas que tem tudo a ver com nossa jornada de autoconhecimento.

Portanto, fique de olho aqui em nossa revista para mais artigos sobre este assunto e temas relacionados em breve.

Até lá!

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