Sumário
Farmacocinética. Só de bater o olho na palavra, já dá pra entender que se trata de algo ligado a fármacos, ou seja, remédios. Mas o que essa palavra, aparentemente tão técnica, está fazendo aqui na nossa revista Meu Retiro?
Pois bem, vamos explicar.
Indicamos aqui em nossas páginas, uma porção de caminhos naturais para tratamento complementar de diversos males, mas entendemos a importância tanto da atuação do profissional da saúde, quanto do uso de fármacos industriais já reconhecidos para a cura de diversas condições.
Sendo assim, vamos falar da farmacocinética, um processo da farmacologia que nos ajuda a compreender como os remédios se movem e atuam em nosso organismo.
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Qual o Conceito de Farmacocinética?
Aqui na revista Meu Retiro nós prezamos muito pelo cuidado com o corpo, mente e espírito, e nada melhor do que a informação para saber exatamente o que acontece conosco quando estamos em nossas vivências cotidianas, mesmo as mais corriqueiras, como o consumo de fármacos.
Por exemplo, quando tomamos um remédio, você sabe pra onde ele vai? Sabe como o fármaco se comporta dentro de você, após ser ingerido?
Farmacocinética é o nome desse conhecimento, sobre qual é o caminho que o remédio faz no seu organismo, desde sua ingestão, até sua excreção.
Antes de continuarmos, porém, vale abrir um parêntese, pois muita gente confunde qual a diferença entre farmacocinética e farmacodinâmica.
A farmacocinética fala especificamente sobre essa jornada do remédio em nosso organismo, não abrangendo sobre o como ele age contra as doenças ou seus mecanismos de defesa. Isso é responsabilidade da farmacodinâmica, também definida como “o estudo dos efeitos bioquímicos, fisiológicos e moleculares dos fármacos no corpo“.
Entender sobre esse caminho do fármaco em nosso organismo ajuda a nós, leigos, a compreender o que estamos colocando em nosso corpo, como isso se comporta lá dentro e seus possíveis efeitos colaterais.
Já para os estudantes de farmácia, a farmacocinética permite a descoberta da melhor forma de se prescrever um remédio, suas quantidades, e como ele pode ser melhor aproveitado pelo organismo.
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Como Ocorre a Farmacocinética no Corpo e Quais Suas Etapas
Conforme falamos acima, ao ingerir um remédio – seja por via oral, retal, sublingual ou pela corrente sanguínea – começa a farmacocinética em nosso organismo. Vamos detalhar aqui cada um de seus quatro (e por vezes, cinco) processos:
Absorção
Esta primeira etapa acontece logo após a ingestão do medicamento, via oral, retal ou sublingual, até ele chegar na corrente sanguínea. É quando nosso corpo começa a absorver o fármaco, até ele entrar em nosso sangue.
Vale dizer que a característica química do remédio interfere no processo de absorção, por isso cada remédio tem um tempo diferente para começar a agir, e também por isso a medicação intravenosa é mais rápida em sua ação, pois pula esse primeiro estágio.
Distribuição
É aqui onde o remédio começa a ser distribuído pelo corpo pela nossa circulação.
Através do nosso sangue, ele chega primeiro aos órgãos com mais acessos, ou seja, com mais veias, como o sistema nervoso central, o pulmão, e o coração. Depois parte para áreas menos irrigados e chega enfim ao local onde deve agir de forma terapêutica.
Nesse processo de distribuição, o fármaco não tem um GPS certeiro, então ele se espalha pelo nosso corpo para outros pontos desnecessários do organismo.
Ele vai onde deve exercer sua ação terapêutica, mas também vai para reservatórios teciduais – onde não tem função alguma; locais de ação inesperada – onde vai provocar efeitos colaterais; locais onde são metabolizados – e podem ganhar ou perder força; e claro, locais onde serão excretados do corpo.
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Metabolismo
Também conhecida como biotransformação, é aqui onde o fármaco vai ao fígado para iniciar o processo de preparação para a sua excreção, e tem sua propriedade inativa. Há também a possibilidade de se ativar outras propriedades da substância que estavam anteriormente desabilitadas durante esse processo.
Biodisponibilidade
A biodisponibilidade é uma etapa da farmacocinética que nem sempre é citada quando o assunto é tratado fora das academias, mas é nela onde se descreve a quantidade de uma dose de fármaco que atinge a circulação sistêmica.
Quando tomamos um remédio via intravenosa, sua biodisponibiliade é de 100%, porém quando ele entra no organismo por outras vias, a biodisponibilidade diminui, pois a absorção não é completa, também pela ação do metabolismo já descrita acima.
Excreção
A última etapa é a eliminação dos resíduos do remédio para fora do organismo.
Estes resíduos são eliminados através de urina, fezes, saliva, lágrimas, suor, leite materno; e pelo fígado, pelos rins, e pelos pulmões, este último, no caso de fármacos gasosos.
Resumão
Esperamos que essa explicação simplificada tenha dado uma noção para nossos leitores sobre como os medicamentos são recebidos, metabolizados e expelidos pelo nosso corpo. É importante nos conhecermos por inteiro, inclusive as funções do nosso corpo.
Caso você tenha a curiosidade de saber mais a fundo sobre o assunto, deixamos aqui um vídeo da aula do mestre, farmacêutico e professor Felipe Magalhães, com um resumão de uma hora sobre farmacocinética, recheada de informações mais técnicas e detalhadas que servirão muito bem para os que já são mais próximos do assunto.
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