Você sabia? | Placebo

O que é Placebo?

Publicado em: março 08, 2022 | Por: Meu Retiro

Sumário

Já falamos algumas vezes aqui na revista Meu Retiro, sobre a capacidade do nosso corpo se curar sozinho, e sobre a força da nossa mente e pensamentos sobre nosso organismo. Hoje falaremos mais sobre isso, mas a partir de um conceito: o efeito placebo.

Você já deve ter ouvido falar que tal remédio é um placebo, ou que tal condição foi tratada com placebo. Algumas terapias integrativas inclusive, como a terapia de florais e a homeopatia, são consideradas placebo por muitas pessoas. Apesar de ser uma opinião polêmica, ela não as descredencia como eficazes.

Hoje vamos conhecer mais a fundo sobre esse todo conceito e o que há por trás disso.

Placebo

Créditos: Yanadjana | Fonte: Envato Elements

O Que é, e Qual a Função do Placebo?

Um placebo é qualquer coisa que pareça ser um tratamento médico real, mas não é.

Ou seja, um comprimido, uma injeção, um xarope, ou qualquer outro tipo de tratamento falso que não possua nenhum tipo de substância que afete a saúde pode ser considerado um placebo.

O placebo é muito importante em pesquisas e ensaios clínicos, pois são normalmente oferecidos a um grupo de pessoas junto a remédios reais, para se poder comparar os resultados e efeitos produzidos pela droga real e pelo placebo oferecido.

Funciona assim: em um estudo, algumas pessoas recebem um medicamento com substâncias ativas, e outras um placebo – um remédio exatamente igual, mas sem princípios ativos. Nenhuma das pessoas sabem qual é o remédio real ou não.

Com isso os pesquisadores conseguem saber quais os efeitos que a droga realmente tem sobre as pessoas, sua eficácia e efeito colaterais.

Porém, nesse processo pode acontecer o que é conhecido como efeito placebo, que é quando o indivíduo que recebeu o placebo apresenta alguma melhora de sua condição, mesmo não tendo recebido nenhuma quantidade de substância ativa.

O efeito é percebido em testes clínicos desde os anos 1950, e até hoje cerca de 33% das pessoas reagem a ele, principalmente aqueles que sofrem de doenças relativas a causas emocionais e dores crônicas.

A reação pode ser positiva, com melhora de sintomas, por exemplo; mas também pode ser negativa, com o paciente desenvolvendo o que parecem ser efeitos colaterais do tratamento.

O efeito placebo acontece normalmente em pessoas que ingeriram o “remédio” de forma inconsciente, sem saber que ele é um placebo, mas também pode acontecer com pessoas que o tomaram de forma consciente, principalmente em condições como a depressão, distúrbios do sono, dores agudas, síndrome do intestino irritável e menopausa.

Placebo

Créditos: Vsoldatov7 | Fonte: Envato Elements

Por Que o Placebo Funciona?

Boa pergunta!

Ainda não existem estudos 100% conclusivos sobre o motivo do placebo funcionar com algumas pessoas e ter um impacto significativo em alguns sintomas específicos, como a dor ou a depressão, e em outros, não.

O que se sabe é que esta é uma questão neurobiológica bem complexa, onde há a liberação de várias pequenas moléculas como neurotransmissores e hormônios, que interagem com outras partes do corpo, causando mudanças em cada uma delas.

Que dizer então que esta é uma maneira que seu cérebro diz ao seu corpo o que ele precisa fazer para se sentir melhor daquela condição que lhe acomete.

Mas para isso acontecer,  não basta tomar um placebo qualquer e acreditar que ele vai funcionar.

Todo o ritual de se tomar um remédio, o local onde você está, as condições, etc. Tudo isso influencia no processo para ativação de um placebo. Pelo menos é isso que se acredita, mesmo que ainda não sendo algo que conseguimos controlar ou compreender completamente.

Uma das certezas que se tem, é que o quanto mais se desejar que ele funcione, maior a chance dele funcionar realmente. Assim como também vale o inverso: quanto maior a descrença, mais difícil do efeito acontecer.

Mas o fato é que apesar de tudo isso estar ligado aos nossos pensamentos, os resultados são físicos e reais. Alguns estudos, por exemplo, documentaram um aumento na produção de endorfinas do corpo, um dos nossos analgésicos naturais.

Outro estudo, este publicado pela revista acadêmica online PLOS Biology, mostra como o cérebro é responsável pelo efeito placebo. A metodologia foi a seguinte:

Pesquisadores usaram ressonância magnética para escanear o cérebro de pessoas com dor crônica no joelho. Em seguida, todos receberam um placebo e fizeram outra varredura cerebral. 

Analisando os resultados, os pesquisadores notaram que aqueles que sentiram alívio da dor tiveram maior atividade na região do giro frontal médio do cérebro, que compõe cerca de um terço do lobo frontal.

Então sim, o cérebro ordenou algo para o corpo que fez com que a dor diminuísse. O caminho do estudo é esse.

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E o que é o Nocebo?

E o efeito nocebo, você já ouviu falar?

Ele é exatamente como o placebo, porém voltado para o mal. Ou seja, ao invés de você pensar que está se curando, e realmente se curar; aqui você pensa que está doente, e acaba ficando com os sintomas da doença.

Para explicar melhor o conceito do nocebo, deixamos aqui o vídeo do pesquisador e educador, Gilberto de Souza, que detalha bem este processo:

Pra encerrar, reforçamos o que o Gilberto diz no final do vídeo: observe se você anda fazendo mais uso do efeito placebo, ou do efeito nocebo em você mesmo.

O autoconhecimento é a chave que abre essas portas.

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