Resenhas | Grinch

Grinch – Uma fábula natalina que fala muito sobre nós (resenha)

Publicado em: dezembro 25, 2021 | Por: Meu Retiro

Filme: Grinch

Gênero: Terror / Comédia

Produção: Brian Grazer

Direção: Ron Howard

Sumário

“Talvez o Natal não venha de uma loja. Talvez o Natal signifique um pouco mais.” – O Grinch

Nessa época do ano, é bem comum diversos canais de tv exibirem filmes que tem o natal como tema central de suas histórias.

Filmes religiosos, comédias, desenhos infantis, até mesmo longas de terror. Não importa o gênero, o tema natalino tem de estar presente.

Dentre os escolhidos para preencher a grade de programação desta época do ano, um deles está entre os favoritos de toda a família, “O Grinch“, filme do ano 2000 que tem o comediante Jim Carrey como o protagonista.

Baseado no livro de 1957, “How the Grinch Stole Christmas!” (“Como o Grinch roubou o Natal!”, em tradução livre), o filme conta a história de uma criatura verde chamada Grinch, que basicamente odeia o Natal e quer destrui-lo.

No filme aprendemos que quando criança, devido a seu aspecto visual, Grinch era vítima de bullying por parte de seus colegas, menos uma garota, pela qual ele era apaixonado – e ela apaixonada por ele.

Para livrar-se da situação em que era alvo de gozação, em uma noite de natal fugiu e refugiou-se, odiando aquela data a partir de então, sempre planejando sua vingança, uma forma de estragar a festa natalina dos moradores da Terra dos Quem, roubando presentes e enfeites dos moradores.

Enquanto o Grinch planeja aterrorizar o natal, uma pequena moradora da cidade, Cindy Lou Quem, questiona o caráter consumista da data, querendo descobrir qual seu real significado.

Os caminhos de Grinch e Cindy Lou em certo momento se cruzam e juntos buscam respostas a suas inquietações relativas ao Natal.

A adaptação cinematográfica da fábula natalina marcou época, com um Jim Carrey tão irreconhecível fisicamente, que o longa ganhou o Oscar de melhor maquiagem naquele ano.

Atemporal, a película diverte toda a família, e possui uma bela mensagem bem aos moldes do que se espera de um filme natalino, humanizando personagens e falando sobre o real valor das coisas.

Grinch

Crédito: Universal | Fonte: Uol

O Que Temos em Comum Com o Grinch?

Apesar da sinopse descrita acima parecer apenas uma fábula natalina, se formos algumas camadas abaixo, vemos que ela fomenta a reflexão sobre o quanto somos parecidos e temos atitudes como as do Grinch em muitas situações.

A redenção do personagem ao término do filme é tão óbvia que nem pode ser considerada spoiler, mas até chegar lá, o monstro tem posturas e pensamentos que muitos de nós reproduzimos, e que podemos reavaliar.

Rancor

A primeira característica do personagem facilmente identificável é seu rancor. O Grinch nega a aproximação e a bondade dos outros por preferir agarrar-se ao seu antigo rancor com as pessoas e a cidade, devido a tudo que passou em sua infância.

O rancor, por mais que lhe pareça justo em algum momento, é um sentimento ruim e que pode gerar doenças psicossomáticas como ansiedade, hipertensão e gastrite.

Além disso, não soma em nada nas relações interpessoais, diz muito sobre a sua própria incapacidade de ser honesto com o outro, de perdoar, e normalmente termina em ressentimento e isolamento.

Amor-Próprio

Quando o Grinch foi maltratado quando criança, isso prejudicou sua capacidade de amar e ser amado. Inclusive por si mesmo.

Muitos de nós não aceitamos como somos fisicamente, muito por nos basearmos em padrões irreais de beleza, que em nossa sociedade, são muitas vezes cravados pela mídia. Isso destrói nossa autoestima e é um agente limitador em nossas relações interpessoais.

Pequenos hábitos de autocuidado, afirmações positivas e um tanto de autocompaixão, ajudam a aumentar o nosso amor-próprio, nos proporcionando uma qualidade de vida muito melhor, com plena saúde mental e emocional.

Não sabe por onde começar? Aqui mesmo na revista temos um artigo com dicas para você desenvolver o amor-próprio.

Empatia

No filme, o Grinch planeja destruir a festa de Natal de toda uma cidade por conta de suas dores pessoais. Ele acreditava que se infligisse a dor que sentia no próximo, estes sentiriam o que ele sentia, em uma busca desesperada por compreensão e empatia.

Já parou pra pensar quantas vezes você sabotou situações, pois as coisas não saíram do seu jeito? 

Ou quantas vezes quis fazer algo ruim para alguém, apenas para que aquela pessoa te compreendesse?

Colocar-se no lugar do outro quando os planos não saem como gostaríamos, ou quando de alguma forma nos magoam, nos impede de ser reativo e projeta nossa frustração no outro, abrindo uma nova possibilidade de compreensão das coisas.

Através da empatia esgotamos esse tipo de situação baseada na reação, e também conseguimos colocar em prática a Comunicação Não Violenta, peça chave para a resolução de muitos problemas e frustrações.

Emoções Reprimidas

O Grinch é um exemplo perfeito de alguém que reprime emoções, e talvez você também tenha essa mesma postura sem nem perceber.

Sabe quando alguém pergunta se você está bem com algo, e mesmo você não estando, você responde: “Sim, está bem”. É sobre isso, a demonstração de emoções.

É importante entendermos que não estamos bem com alguém ou com algo, para então podermos expressar isso e assim conseguir ajuda. Esconder sentimentos, reprimi-los, só nos entrega ainda mais frustração.

Lembre-se que qualquer dor ou mágoa, quando compartilhada, se torna menos pesada. 

Também fizemos um artigo aqui na revista sobre como identificar e liberar essas emoções reprimidas. Vale conferir se você se reconhece nessa condição.

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Créditos: Flor na cabeça | Fonte: Universal

Onde Assistir ao “Grinch”

Percebeu quantas camadas interessantes podemos retirar desse clássico conto para aplicarmos em nossa jornada de autoconhecimento?  E não quer esperar a próxima reprise do filme na tv aberta para assisti-lo?

Sem problemas, o “Grinch” está disponível no catálogo do Netflix. Clique aqui pra assisti-lo agora mesmo.

Aos que nunca viram o filme e tem curiosidade de dar uma olhada, confira o trailer abaixo:

E lembre-se, ao assistir um filme, repare nas camadas e entrelinhas. Ele pode conter muito mais de nós do que imaginámos.

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