Sumário
A ansiedade é um tema sobre o qual falamos bastante por aqui. Isso porque hoje, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), somente no Brasil temos cerca de 18,6 milhões de pessoas sofrendo com essa condição, o que nos coloca no topo do ranking mundial de país com maior número de pessoas ansiosas.
Buscando ajudar nossa comunidade sempre passando dicas de valor, já falamos sobre ferramentas que podem nos ajudar a Superar a Ansiedade, formas de se acalmar durante uma crise, e até mesmo uma lista com os melhores chás para Combater a Ansiedade.
Porém, perceba que nestes artigos sempre falamos diretamente com a Pessoa em Crise de Ansiedade, mas hoje vamos falar com seu acompanhante ou ente querido, mais precisamente com aquela pessoa que convive com quem sofre desta condição.
O que fazer quando alguém próximo de nós está tendo uma crise de ansiedade? Como ajudar aquele que está passando por um momento crítico de saúde mental?
Muitas pessoas não sabem como agir para ajudar uma Pessoa em Crise de Ansiedade, e acabam fazendo coisas que, além de não ajudar, podem agravar a situação. Muitos até mesmo não compreendem direito o que é ‘ter ansiedade’, então é por aí que devemos começar.
Como reconhecer uma Pessoa em Crise de Ansiedade
Caso você não esteja familiarizado com os sintomas do transtorno de ansiedade, este é o primeiro passo para uma ajuda efetiva.
É preciso saber reconhecer quando nosso ente querido está ansioso, através da observação e percebendo os sinais que o corpo, mente e comportamento revelam.
Nem sempre a Pessoa em Crise de Ansiedade consegue identificar a chegada destes sintomas, ou seu agravamento. A ansiedade pode acontecer em diferentes níveis de intensidade, surgindo em uma crescente após dias na espreita, ou mesmo chegando aparentemente do nada, com força total, dominando toda a situação de uma só vez.
Em ambos os casos, três categorias de sintomas podem ser observadas:
Sintomas físicos
Aperto no peito, coração acelerado, respiração ofegante, tonturas, dificuldades para dormir, tremedeiras, sudorese, tensão muscular, náuseas, dores de estômago e/ou de cabeça, e diarreia.
Sintomas psicológicos
Dificuldade de concentração, medo, pensamentos negativos, indesejáveis e acusatórios, sentimento de culpa, sensação de perigo iminente, pânico, preocupação persistente, pensamentos recorrentes e ruminantes.
Sintomas comportamentais
Isolamento, comportamentos compulsivos, inquietação, irritabilidade, isolamento social, fuga de situações que o colocam em destaque ou evidência, mais suscetível ao susto.
É claro, nem todos os sintomas surgem de uma vez, e nem todas as pessoas sentem todos os sintomas, há bastante variação aí, mas demonstrar alguns deles já é o bastante para que nós liguemos um alerta e, talvez, gentilmente pergunte sobre como o outro está se sentindo, buscando compreender qual a gravidade da situação.
Para compreender mais sobre causas e sintomas de uma crise de ansiedade, sugerimos que confira também este nosso artigo aqui, onde nos aprofundamos um pouco mais sobre esse tema.
Como ajudar uma pessoa durante uma crise de ansiedade
A partir do momento que conseguimos identificar que aquela pessoa está em algum estágio de uma crise de ansiedade, existem algumas atitudes que podemos tomar, que ajudam a acalmar e reduzir os sintomas mais agudo do nosso ente querido.
Vejamos 7 formas de fazer isso, a seguir:
Mostre-se disponível para ajudar
Ao perceber e identificar que alguém está sofrendo com uma crise de ansiedade, você pode dizer a ela que a observou, que compreende pelo que ela está passando, e que está ali disponível para ajudá-la.
Isso faz com que a Pessoa em Crise de Ansiedade sinta o alívio por saber que não está sozinha naquela situação, e que existem outras pessoas que estão ali por ela, dispostas de verdade em ajudá-las naquele momento tão complexo e angustiante.
Uma vez criado esse vínculo de confiança, talvez ela lhe peça ajuda para resolução de problemas, ou apenas que a distraia naquele momento. É nosso papel atender esse pedido de ajuda, sem forçar outras ações, respeitando o tempo e o espaço da pessoa em crise.
Não use sua atitude, ou a de outros, como parâmetro
Lembre-se, a ansiedade atinge as pessoas de forma diferente, assim como cada um reage de forma diferente a ela.
Não minimize a ansiedade, nem julgue a reação do outro. Não compare ou comente sobre como seria a sua atitude naquela mesma situação, nem mesmo como outras pessoas reagiram “na mesma situação”.
Não crie um momento de mais pressão. Não diga coisas como: “tente não pensar nisso”, “não tem nada para se preocupar”, ou “calma, isso não foi nada”. O ansioso não consegue ter essa clareza de visão em um momento de crise, e isso só irá fazer-lhe ainda mais mal.
Ouça e valide o que o outro sente
Se alguém te conta que está se sentindo ansioso ou tendo uma crise de ansiedade, lembre-se que isso é algo importante para ela, e que ela confia em você ao ponto de assumir essa vulnerabilidade.
Ouça atentamente o que a Pessoa em Crise de Ansiedade tem para te falar, e valide a importância do que ela está sentindo.
Reconheça as necessidades de segurança, as dúvidas e temores dela, e ofereça de forma amorosa e compassiva, caminhos naturais para que ela volte a se centrar. Opções como exercícios de respiração profunda, um passeio no parque/praia/natureza, ou praticar um pouco de meditação da atenção plena, podem ajudar muito a Pessoa em Crise de Ansiedade.
Façam planos futuros
A ansiedade muitas vezes se apresenta em um medo do futuro, de como as coisas podem sair fora do nosso controle.
Junte-se a seu companheir0(a), amigo(a), etc, e faça planos futuros. Programe como serão seus próximos dias, semanas, meses, determine funções e atividades, coloque as rédeas dos momentos que virão nas mãos do ansioso, deixe-o sentir que está novamente no controle das situações.
Incentive a procura por ajuda profissional
Em muitos casos de ansiedade, novas escolhas de estilo de vida ajudam a reduzir os sintomas a um ponto gerenciável, porém, em outros se faz necessária a ajuda de um profissional de saúde mental, para que se consiga retomar uma vida com mais bem-estar.
Se a ansiedade do seu ente querido começar a impedir a capacidade dele de aproveitar a vida, estudar, trabalhar ou se divertir, ou se causa problemas em casa e nos relacionamentos afetuosos, é hora de procurar ajuda profissional.
Incentive a pessoa a procurar esse tipo de ajuda, e se ofereça para estar ao lado dela no processo de escolha do profissional, se mantendo como apoiador e motivador nessa jornada de autocuidado.
Considere também a ideia do seu ente querido vivenciar experiências de terapias integrativas e holísticas. Uma porção delas ajudam na prevenção e tratamento das crises de ansiedade, como a Aromaterapia, diversos tipos de massagem, o Yoga, a Hipnoterapia, a Dança Meditativa, ou o Tai Chi – isso só para citar alguns.
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Não espere (nem pressione) por uma melhora instantânea
A melhora de uma crise de ansiedade é um processo, e que por vezes pode ser demorado.
Com o tempo, aquele que sofre de ansiedade irá descobrir e desenvolver estratégias que o ajudarão a lidar e superar a condição. É um processo que demanda paciência, persistência, tempo, e que necessita de muito apoio.
Cuide-se
Ajudar alguém que sofre de ansiedade pode ser uma tarefa cansativa, por vezes frustrante. Por isso é importante que você também cuide de sua saúde física, mental e emocional.
Somente alguém que está com sua saúde em dia, consegue ajudar alguém tão vulnerável, como uma Pessoa em Crise de Ansiedade, a reconquistar o bem-estar.
E lembre-se, seu papel é o de ajudar, não curar alguém da ansiedade. A responsabilidade de tratamento e cura tem que ser da própria pessoa, sua função é dar suporte.
Reserve um tempo para cuidar de si, para atividades que te dão prazer, e tenha sempre em mente que você está fazendo o seu melhor ao ajudar o próximo.
Pense também que você não precisa focar diretamente na ansiedade para ajudar alguém em crise. Se você foca em criar um hábito em conjunto com seu ente querido, como uma caminhada cotidiana, ou aulas de yoga, sessões de meditação recorrentes, etc, você já está ajudando na prevenção de uma crise – e também está cuidando de sua própria saúde.
Refletindo sobre a ansiedade
Para encerrar esse papo, deixamos aqui um vídeo extraído de um evento TedxTalks que aconteceu em Fortaleza/CE, com uma excelente palestra da psiquiatra e escritora, Dra. Ana Beatriz Barbosa, onde a ansiedade é o tema principal.
Vale a pena assistir para refletir e compreender ainda mais esse medo que, nos tempos em que vivemos, nos é tão comum quanto preocupante.
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