Sumário
E então, nosso ano chegou ao fim.
Hoje comemoramos o ano novo aqui no Brasil a partir da virada do relógio de 00:00hrs para 00:01hrs, mas a hora em que você está lendo este texto, provavelmente já é 2022 para diversas pessoas, ou mais, talvez seja outro ano qualquer.
Não estamos falando apenas sobre o fuso-horário entre nosso país e outros pontos do globo, mas para alguns povos e tradições, o ano novo começa em outro momento totalmente diferente.
Calma, eu explico. Aqui nós seguimos o calendário gregoriano, mas nem todos os povos do mundo acompanham a gente nessa contagem de tempo.
E não só isso, a forma de comemorar a chegada do ano novo também foge da nossa tradicional queima de fogos de artifício e brindes de champanhe. A pluralidade do nosso planeta nos entrega comemorações que contam até com jejuns, ao invés da mesa farta de uma ceia de réveillon.
Vamos conhecer a seguir um pouco mais sobre essas diferenças e semelhanças.
Ano Novo Judaico
Para os judeus, a contagem dos anos difere da nossa. Para eles, a humanidade completou 5.728 anos este ano, enquanto para nós que seguimos o calendário gregoriano, estamos em 2021.
O Rosh Hashaná, como é chamado o réveillon judaico, acontece a partir do pôr do sol do dia 6 de setembro, e tem duração de 10 dias, com rezas e uma alimentação especial.
No dia do Rosh Hashaná as famílias se reúnem para jantar, normalmente peixe e demais receitas judaicas, além da simbólica maçã molhada de mel, que simboliza um doce ano vindouro; e o chalá, um pão redondo que representa a continuidade.
No dia seguinte, a maioria das famílias vão à sinagoga para ouvir o toque de um antigo instrumento de sopro, o shofar, e fazem o almoço de ano novo.
Os próximos dois dias são feriados, e ao completar dez dias do Rosh Hashaná, acontece o Yom Kipur, o Dia do Perdão, considerado o dia mais sagrado do calendário judaico.
Ano Novo Chinês
Assim como o ano novo judaico, o ano novo chinês também está fora do nosso calendário gregoriano.
No calendário chinês, estamos no ano 4719, o ano do Boi de Metal, o qual se encerra em 31 de janeiro de 2022.
A lua é o parâmetro para definir o período de um ano, ou seja, um ano corresponde a 12 ciclos completos da lua, sendo então o ano novo a primeira lua nova a acontecer após o solstício de inverno, o que ocorre entre 20 de janeiro e 18 de fevereiro.
Esse calendário, além de chinês, também atende outros países da Ásia, como o Vietnã e a Coreia do Sul.
Citamos ali ainda que este é o ano do Boi de Metal, e essa referência vem diretamente do budismo.
Acredita-se que Buda, em certa ocasião, convocou todos os animais para um encontro, mas apenas 12 deles compareceram. Estes foram então os escolhidos para representarem o calendário chinês: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, carneiro, macaco, galo, cão e porco.
Estes inclusive também são os animais que representam o horóscopo chinês.
Além do animal, cada ano possui outra característica, um elemento natural: água, metal, terra, fogo e madeira.
Animais e elementos combinados formam 60 itens únicos que formam o ciclo zodíaco de 60 anos do calendário chinês.
Entre as tradições do dia da virada, está uma grande reunião familiar, seguida de um longo feriado. No 15º dia do primeiro mês, acontece nova reunião, com familiares e amigos trocando bençãos, além do tradicional Festival das Lanternas.
Ano Novo Islâmico
Ra’s As-Sana é o nome do ano novo em muitos países de maioria islâmica. Atualmente eles estão no ano de 1443, pois sua contagem de tempo começou a partir do dia 16 de julho de 622, data da Hégira, a fuga de Maomé de Meca para Medina, onde foi criada a primeira comunidade islâmica.
O calendário também é baseado no ano lunar, ou seja, móvel, com cerca de 11 dias a menos que o solar, com o último ‘réveillon’ tendo acontecido no dia 9 de agosto de 2021.
O Ra’s As-Sana é comemorado no 1º dia de Muharram, como é chamado o primeiro mês do calendário islâmico, começando ao pôr do sol do dia anterior, e durante dez dias segue sendo comemorado de forma reflexiva e introspectiva, com orações, jejum e até mesmo autoflagelo.
Ano Novo Maia
Diversos povos descendentes das civilizações pré-colombianas espalhado pela América Central continuam seguindo o calendário Maia, que assim como os demais acima, também difere do nosso, o gregoriano.
Ele é o sistema mais complexo e bem-acabado dos povos daquele período, com diferentes contagens de tempo.
A mais popular delas é uma baseada no ciclo solar com 365 dias agrupados em 18 meses de 20 dias, além de mais cinco dias que não pertencem a nenhum mês e são acrescentados ao calendário para completar o ano.
Para quem segue este calendário maia, o ano novo acontece na virada do dia 24 para 25 de julho, porém o dia 25 não existe no calendário deles, é conhecido como o “Dia Fora do Tempo”.
Assim sendo, o primeiro dia do ano é o dia 26 de julho. O 25, segundo os maias, seria um dia para preparar o novo ciclo, praticando meditações e reflexões sobre o perdão e o desapego para purificação do espírito.
Ano Novo Etíope
Enkutatask, o ano novo etíope, também acontece em datas variadas, isso porque seu calendário também é único, tendo sido criado no século V pelo monge Annianus de Alexandria, com a contagem de tempo começando em 5 de março de 5492 a.C., data da criação do homem por Deus.
Ao comparar com o nosso calendário gregoriano, o etíope tem sete anos e oito meses a menos, pois começam a contar a Era Cristã a partir de 25 de março de 8 d.C..
Com isso, o ano novo começa junto à primavera, em 11 de setembro, e é recebido com orações e hinos pelas ruas, casas e igrejas, além de uma tradicional ceia.
E Tem Muito Mais…
Além destes, ainda há uma porção de diferentes culturas e povos com diferentes datas, tradições, orações e simpatias de ano novo.
Temos os hindus com seu Diwali, a Festa das Luzes, que acontece em três datas diferentes no ano; os mapuches, do Chile, com o We Xipantu – seu ano novo que acontece em 23 de junho, recheado de bailes, rituais e muita comida; e o ano novo Juche, que acontece em 15 de abril na Coreia do Norte, onde a contagem do tempo começa em 1912, ano de nascimento do líder norte-coreano Kim Il-sung; isso só pra citar mais alguns.
Para mais curiosidades sobre tradições e simpatia de ano novo pelo mundo, vale conferir esse vídeo do canal Portal do Desconhecido, que comenta desde as ostras da ceia francesa, até a curiosa ovelhinha na porta dos lares mexicanos.
Mas mesmo com toda essa diversidade, o que todos tem em comum? Qual o significado do ano novo, final?
Fica claro que essa passagem de tempo, seja em qual cultura, povo ou região for, serve como um momento de reflexão, de autoconhecimento, análise e avaliação sobre si e o ciclo que se encerra, além da cria de expectativas para o novo período vindouro.
É tempo de exercermos a compaixão, celebrarmos a união e a vida.
Seja quando for o seu ano novo, o pessoal da revista Meu Retiro deseja a você que este seja um momento de muita paz, e que a virada de ciclo traga o que há de melhor em você, e para você.
Até ano que vem!
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