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O que é Raja Yoga?

Publicado em: março 22, 2022 | Por: Meu Retiro

Sumário

Aqui na Revista Meu Retiro estamos sempre falando de diferentes assuntos dentro do universo do yoga. Já listamos alguns tipos de yoga neste artigo, nos aprofundamos no Yoga Nidra, falamos sobre a Yogaterapia, e desvendamos uma porção de mitos e verdades sobre o yoga e meditação, em uma série dividida em três partes.

Hoje vamos mirar em um tipo específico de yoga. Vamos conhecer mais a fundo o Raja Yoga

Você provavelmente já deve ter ouvido falar deste nome, pois este é um dos quatro caminhos principais do yoga moderno, ao lado do Karma (da ação), do Bhakti (da devoção) e do Jnana (do conhecimento).

Vejamos a seguir de onde veio o Raja Yoga, seu significado, seu conceito e objetivos.

Raja Yoga

Créditos: Twenty20photos | Fonte: Envato Elements

Qual a Origem, Significado e Características do Raja Yoga

O Raja Yoga é um dos sistemas de yoga mais antigos que se tem notícia. 

Do sânscrito, “Raja Yoga” significa “Yoga Real”, ou “União Real”. E o que isso quer dizer? Que esse tipo de Yoga é chamado de “real” por ter um objetivo considerado maior, e por desenvolver-se principalmente através da prática da meditação.

Acredita-se aqui que, é através da meditação que acontece nosso crescimento espiritual, e onde, ao seguir uma sequência de passos, pode-se atingir a libertação e a iluminação maior, o famoso Samadhi.

Ou seja, é uma prática que versa sobre controlar e equilibrar o corpo, a mente e o espírito, usando da meditação para se chegar ao ponto de transcendência.

Esse conceito do Raja Yoga foi compilado e unificado por Rishi Patanjali em seu famoso texto, “Os Yoga Sutras de Patanjali”, isso por volta de 200 d.C..

No texto de Patanjali, o Raja também é conhecido como Astanga Yoga – o yoga de oito membros, ou o caminho óctuplo, isso porque existem oito passos no caminho para a liberação espiritual.

Esses conceitos foram traduzidos e trazidos para o ocidente por Swami Vivekananda através do seu livro “Raja Yoga – O Caminho Real”, lançado em 1896.

Para falar sobre outros aspectos da filosofia da Raja Yoga, temos um vídeo bem especial que fizemos com a Luciana Ferraz, coordenadora do Brahma Kumaris Brasil. Confere só:

Os Oito Membros do Raja Yoga

Como falamos acima, no Raja Yoga, ao trabalhar os oito membros descritos no texto de Rishi, a pessoa seria capaz de se aproximar do Samadhi, onde podemos encontrar nosso ‘verdadeiro eu’ e nos conectar com o Divino.

O caminho óctuplo, ou oito membros que são os seguintes:

Yama – Código de Conduta Social

Os yamas são o primeiro dos oito membros, e também são início da parte filosófica que deve ser absorvida por quem quer praticar o Raja Yoga.

Ele trata sobre cinco pontos: o autocontrole, veracidade, o não roubar, a unidade e a moralidade, características que todo yogue deve ter.

Niyama – Disciplina Pessoal

Assim como os yamas, os niyamas também são lições pelas quais o yogue deve viver. A pureza, o contentamento, a energia, a auto-observância e a rendição ao Divino são as cinco ações positivas que compõem o Niyama e que todo yogue deve possuir e realizar.

Asana – Posturas

As asanas são as posturas yogue, famosas por quem já conhece algo sobre o assunto. São essas posturas que preparam o corpo para a meditação.

Quanto mais complexa a asana, mais ela irá exigir paz de espírito do yogue para a concentração, o que o deixaria cada vez mais preparado para a meditação.

Pranayama – Práticas Respiratórias

Outra palavra que conhecemos bem, a que define o controle do prana (respiração).

O pranayama é a respiração yogue, dividida em diferentes técnicas, das quais, algumas foram comentadas por nós neste artigo aqui.

A respiração é a ligação entre a mente e o corpo, uma das características mais importantes do yoga.

Raja Yoga

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Pratyahara – Jornada Interior dos Sentidos

Aqui é quando o yogue tira atenção de seus sentidos externos e foca somente em seu interior, preparando o corpo e a mente para a meditação.

Dharana – Concentração Plena

Após tirar a atenção aos sentidos, então o foco completo se concentra através do Dharana. É aqui que o yogue aprende a se concentrar exclusivamente em uma única coisa, seja ela uma tarefa, uma intenção ou um objeto.

Dhyana – Meditação

Após todo o processo de concentração, aqui é onde os seis membros anteriores entram em ação: quando o yogue está finalmente meditando.

Ao contrário do Dharana onde há foco exclusivo em algo, aqui a mente flui sem apego algum a nada.

Samadhi – Estado Transcendental

O estado final dos oito membros, é a iluminação, o mais alto grau de transcendência, quando o yogue se liberta e se une com a Consciência Divina, onde o conhecedor, o conhecimento e o objeto do conhecimento se unem em uma só força.

Esta união da alma individual com a alma Cósmica é o objetivo final do yoga.

No livro “Raja Yoga”, Vivekananda resume esse processo todo da seguinte forma:

“Quando a mente é treinada para permanecer fixa em um determinado local interno ou externo, chega a ela o poder de fluir em uma corrente ininterrupta, por assim dizer, para atingir esse ponto. Este estado é chamado dhyana. Ao ter o poder de dhyana intensificado, sendo capaz de rejeitar a parte externa da percepção e permanecer meditando apenas na parte interna, este estado é chamado Samadhi”.

Raja yoga

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Como Praticar o Raja Yoga

Como é a prática do Raja Yoga? Ela tem algo de diferente do que conhecemos em outras práticas? 

Podemos dizer que a diferença está mais na intenção do que na prática. Como já falamos, o Raja é voltado para a mente e a busca ao Samadhi, enquanto o Hatha, por exemplo, concentra-se no equilíbrio e saúde nos corpos físico e energético.

Na prática, a meditação Raja é uma das mais diretas possíveis, sem mantras ou rituais, podendo ser praticada em qualquer lugar, acessível para pessoas de qualquer idade ou crença, tendo como base o caminho óctuplo citado acima.

Outra coisa que difere o Raja do Hatha Yoga, é que o Raja pretende atingir o Samadhi, e o Hatha trabalha para despertar o kundalini.

Na verdade, o Hatha Yoga é considerado como um preparatório para o Raja Yoga.

Ou seja, o Raja é, no final das contas, realmente a União Real entre o yogue e a Consciência Divina.

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